08/06/2020

Pulsos elétricos aliviam a dor que remédios não curam

Redação do Diário da Saúde
Pulsos elétricos aliviam a dor que remédios não curam
A técnica foi testada com sucesso em pacientes portadores de dores crônicas. [Imagem: TU Wien]

Estimulação elétrica contra dor

A dor crônica pode ser reduzida estimulando o nervo vago com eletrodos instalados no ouvido.

Para isso, uma equipe das universidades Técnica e Médica de Viena (Áustria) realizaram um mapeamento microanatômico do ouvido humano. Os dados serviram para desenvolver um modelo de computador que permitiu que os cientistas encontrassem pontos de aplicação e formas de pulso ideais para a estimulação elétrica.

As informações foram testadas com sucesso em pacientes, mostrando que, ao contrário do que parte da comunidade científica defende, as técnicas de acupuntura e eletroacupuntura não geram benefícios apenas pelo efeito placebo.

Nervo vago

O nervo vago desempenha um papel importante em nosso corpo. Ele consiste em várias fibras, algumas das quais se conectam aos órgãos internos, de grande importância para várias funções do corpo, incluindo a percepção da dor. É por isso que muitas pesquisas têm-se concentrado em como o nervo vago pode ser estimulado de maneira eficaz e suave com eletrodos especiais.

A equipe aproveitou o fato de que o nervo vago também pode ser encontrado no ouvido, onde sua ação é explorada milenarmente na acupuntura.

Para fazer a estimulação elétrica do nervo vago, pequenos eletrodos são inseridos diretamente no ouvido, os quais - controlados por um pequeno dispositivo portátil usado no pescoço - criam pulsos elétricos específicos.

Pulsos elétricos aliviam a dor que remédios não curam
O mapa permite colocar os eletrodos com precisão micrométrica.
[Imagem: Babak Dabiri et al. - 10.3389/fnana.2020.00022]

Pontos na orelha

Um grande desafio é conectar os eletrodos exatamente nos pontos certos. "É importante não atingir nenhum vaso sanguíneo, e os eletrodos devem ser colocados exatamente à distância certa do nervo," explica o Dr. Eugenijus Kaniusas. "Se o eletrodo estiver muito longe, o nervo não será estimulado. Se estiver muito próximo, o sinal é muito forte, levando ao bloqueio do nervo. O nervo pode ficar 'cansado' com o tempo e, eventualmente, parar de enviar sinais para o cérebro".

Até agora, os médicos tinham que confiar na experiência para posicionar os eletrodos no ouvido, mas com o novo mapa, com precisão na casa dos micrômetros - milésimos de milímetro -, eles podem ir direto ao ponto certo.

Outra informação importante é a forma da onda dos sinais elétricos.

"Em nossa simulação por computador, foi demonstrado pela primeira vez que, do ponto de vista biofísico, um padrão de sinal trifásico é o mais útil, semelhante ao que é conhecido em engenharia de energia - apenas com magnitude muito menor," contou Kaniusas. "Três eletrodos diferentes entregam pulsos elétricos oscilantes, mas esses pulsos não estão sincronizados; é preciso haver um retardo de tempo específico".

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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