10/10/2019

Realidade virtual ajuda a dar conselhos a si mesmo

Redação do Diário da Saúde
Realidade virtual ajuda a superar problemas pessoais
Cada voluntário alternava entre uma imagem de si mesmo contando o problema, e uma imagem do Dr. Freud dando os conselhos. [Imagem: Mel Slater et al. - 10.1038/s41598-019-46877-3]

Dar conselho a si mesmo

As pessoas costumam ser muito melhores em dar conselhos úteis a um amigo com problemas do que em lidar com seus próprios problemas.

Embora tipicamente tenhamos um diálogo interno contínuo, estamos presos à nossa própria maneira de pensar, com nossa própria história e pontos de vista, e achamos difícil adotar uma perspectiva externa sobre nossos próprios problemas.

Já com os amigos, especialmente alguém que conhecemos bem, é muito mais fácil entender o quadro geral e ajudá-los a encontrar uma maneira de resolver seus problemas.

Pesquisadores da Universidade de Barcelona (Espanha) tiveram então a ideia de usar a realidade virtual imersiva para tentar fazer com que as pessoas "vejam-se de fora", e verificar se elas seriam capazes de dar conselhos úteis para si mesmas.

Os resultados foram animadores: Conversar consigo mesmo, quando você aparece no ambiente virtual encarnado na aparência do Dr. Sigmund Freud, funcionou melhor para melhorar o astral das pessoas, em comparação com apenas falar sobre seus problemas em uma conversa virtual com comentários pré-escritos.

Os pesquisadores alegam que o método poderia ser usado pelos clínicos para ajudar as pessoas que lidam com pequenos problemas pessoais.

Realidade virtual, psicologia real

O experimento consistiu em permitir que cada voluntário explicasse seu problema pessoal ao Dr. Freud e depois passasse a ser encarnado como Freud. Então, encarnados como Freud, quando olhavam para si mesmos ou no espelho, viam-se no corpo de Freud, e não no seu, e também esse corpo se movia em sincronia com seus próprios movimentos.

"Eles verão e ouvirão [um personagem similar a eles] explicando o problema, e verão seu eu virtual como se fosse outra pessoa. Agora eles mesmos se tornaram o 'amigo' que está ouvindo e tentando ajudar," detalha o professor Mel Slater, que já havia demonstrado ser possível melhorar as notas quando os estudantes viam a si mesmos como Einstein em um ambiente de realidade virtual.

Embora realmente tenham falado através de Freud, os voluntários ouviam sua voz disfarçada pelo sistema. Eles podiam alternar entre os dois corpos, mantendo assim uma conversa: na realidade, o papo era com eles mesmos, mas a realidade virtual fazia parecer que a conversa estava se dando entre duas pessoas diferentes.

Conselhos úteis

Uma semana após a conclusão do experimento, mais de 80% dos participantes do grupo de troca de corpos relataram uma mudança em relação ao seu problema, em comparação com menos de 50% no grupo de controle.

"Descobrimos que aqueles no grupo de troca de corpos obtiveram melhor conhecimento, compreensão, controle e novas ideias sobre o problema, em comparação com o grupo de controle (sem troca de corpos)," disse Slater.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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