11/05/2020

Realidade virtual permite treinar empatia

Redação do Diário da Saúde
Realidade virtual permite treinar empatia
Os voluntários repetiram o experimento com a realidade virtual e sem ela, neste caso simplesmente testemunhando o evento como um terceiro. [Imagem: de Borst et al. - 10.1523/ENEURO.0263-19.2019]

Realidade virtual, empatia real

A realidade virtual ativa redes cerebrais que aumentam a capacidade de se identificar com outras pessoas, garante a pesquisadora Aline de Borst, da Universidade College de Londres (Reino Unido).

Com isto, a tecnologia pode se tornar uma ferramenta no tratamento de agressores, para ajudar com que eles se coloquem mais facilmente no lugar dos outros, evitando assim as atitudes violentas.

Compreender o ponto de vista de outra pessoa é crucial para relacionamentos bem-sucedidos. O difícil é ensinar às pessoas como fazer isso.

Em vez de discursos e conselhos, Aline pensou em usar uma tecnologia de realidade virtual em perspectiva de primeira pessoa, fornecendo um feedback multissensorial que convence o cérebro que um corpo virtual é seu próprio corpo. Isso faz com que o cérebro reaja a eventos virtuais como se eles estivessem acontecendo no mundo real.

Os pesquisadores então usaram imagens de ressonância magnética funcional para monitorar a atividade cerebral dos voluntários enquanto eles experimentavam uma animação de realidade virtual de um homem agredindo verbalmente uma mulher.

Aula virtual de empatia

Na realidade virtual, o voluntário, fosse ele homem ou mulher, assumia sempre a perspectiva da mulher, como se o corpo daquela personagem fosse o dele próprio. Todos repetiram o experimento com a realidade virtual e sem ela, neste caso simplesmente testemunhando o evento como um terceiro.

As pessoas que experimentaram a personificação em primeira pessoa identificaram o corpo da mulher como sendo seu e demonstraram atividade cerebral sincronizada nas redes pessoais de propriedade do espaço e do corpo.

Eles também mostraram forte atividade sincronizada em partes do cérebro associados à percepção de ameaça quando o homem se aproximava da mulher.

A conclusão dos pesquisadores é que a realidade virtual de fato treina a pessoa em empatia, e faz isto de forma objetiva, mexendo em seus circuitos neurais, ensinando-a a se identificar mais com os outros.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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