07/08/2013

Revestimento nanotecnológico permite que frutas sejam colhidas maduras

Com informações da Agência Brasil
Revestimento nanotecnológico permite que frutas sejam colhidas maduras
As pesquisas identificaram um efeito antifúngico do revestimento que previne a proliferação dos fungos, além de inibir o crescimento de bactérias - a esquerda, a fruta natural e, à direita, a fruta com o revestimento, ambas colhidas ao mesmo tempo. [Imagem: Agência Brasil]

Pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), têm tido resultados promissores no estudo de nanotecnologias para o agronegócio.

O estudo sobre películas invisíveis e comestíveis de proteção de alimentos tem produzido um material capaz de substituir os materiais utilizados para envolver e proteger alimentos.

Mas, mais importante, a tecnologia permitirá que os alimentos sejam colhidos maduros.

Atualmente, frutas e verduras são retiradas dos pés ainda verdes, ou passam por processos de amadurecimento forçado por produtos químicos, com o objetivo de aumentar seu tempo de consumo.

Segundo o coordenador da pesquisa, Rubens Bernardes Filho, o revestimento poderá diminuir em até 40% o desperdício de alimentos no período que vai da pós-colheita até o transporte e a distribuição. "Além disso, a utilização dessa inovação pode agregar valor às frutas e hortaliças brasileiras destinadas à exportação," diz.

Os alimentos são revestidos por imersão, banhados em uma solução líquida, e secam naturalmente. Ao secar, um filme invisível se forma na superfície, protegendo os alimentos. Esse filme diminui as trocas gasosas e cria uma barreira impedindo a perda de água do alimento.

Com o revestimento, frutas e verduras podem levar até 20 dias para começar a se degradar após a colheita. Sem proteção, os alimentos levam, em média, quatro dias para iniciar o processo de apodrecimento. O período varia de acordo com o tipo de alimento. A maçã, por exemplo, pode ser armazenada, em temperatura ambiente, de cinco a oito dias. Se estiver revestida, esse prazo aumenta para até 17 dias.

Além da maçã, a pesquisa já foi testada em manga, pera, banana, castanhas e hortaliças.

Os filmes comestíveis são produzidos de acordo com cada tipo de alimento e podem ser feitos de amido de milho ou proteínas da soja. "O milho usado para o amido e o óleo da proteína são pouco utilizados, é o rejeito da indústria", diz o pesquisador.

"O revestimento é muito simples. É basicamente colher a fruta, higienizar, fazer uma lavagem. Uma vez higienizada, ela tem que ser envolvida por um filme," explica o pesquisador, acrescentando que o filme é aplicado mergulhando a fruta no líquido contendo as nanopartículas.

As pesquisas identificaram um efeito antifúngico do revestimento que previne a proliferação dos fungos, além de inibir o crescimento de bactérias. Além disso, os estudos indicam que a película pode estimular o consumo.

A tecnologia, possível devido ao tamanho nanométrico das partículas que compõem as películas, ainda não tem previsão de chegar ao mercado.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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