18/12/2014
Salvar arquivo no computador melhora memória
Anna Mikulak
Descarregar a memória
O simples ato de salvar um arquivo no computador pode melhorar a nossa memória para as informações que encontrarmos a seguir.
Quem garante são Sean Stone e Benjamin Storm, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, em um estudo publicado na renomada revista Psychological Science.
Os experimentos realizados pelos dois pesquisadores indicam que o mero ato de salvar o arquivo ajuda a "liberar recursos cognitivos" que podem ser usados para lembrar novas informações.
"A ideia é incrivelmente simples: Salvar [o arquivo] funciona como uma forma de descarregamento. Ao assegurar que determinadas informações estarão digitalmente acessíveis, podemos realocar recursos cognitivos usados para manter essa informação e concentrarmos em lembrar novas informações," disse o Dr. Storm.
Esquecer para lembrar
Estudos anteriores haviam indicado que salvar informações em um dispositivo digital, como um computador ou câmera, tira essas informações da memória - uma espécie de esquecimento induzido pelo salvamento.
"Nós tendemos a pensar sobre esquecer como algo que acontece quando a memória falha, mas as pesquisas sugerem que o esquecimento desempenha um papel essencial no apoio ao funcionamento adaptativo da memória e da cognição," explica Storm.
No primeiro experimento, estudantes universitários abriam e estudavam pares de arquivos (Arquivos A e B). Cada arquivo continha uma lista de 10 substantivos comuns.
Os voluntários tiveram 20 segundos para estudar o Arquivo A antes de fechá-lo. Eles então estudaram o Arquivo B pelo mesmo tempo e foram imediatamente avaliados sobre quantos nomes conseguiam se lembrar deste último arquivo. Finalmente eles foram avaliados quanto à lembrança dos substantivos do Arquivo A.
Mas o fator mais importante do experimento é que, na metade dos testes, os alunos foram orientados a salvar o Arquivo A em uma pasta específica após estudá-lo. Na outra metade, eles deviam simplesmente fechar o arquivo.
Salvando para lembrar
Os resultados foram claros: os alunos se lembraram de mais palavras do Arquivo B quando haviam salvo o Arquivo A do que quando o tinham simplesmente fechado. Os resultados foram confirmados com a repetição de todo o conjunto de testes com um novo grupo de voluntários.
Este segundo grupo rendeu ainda outra confirmação: quando os pesquisadores disseram a uma parte deles que o arquivo salvo poderia não ser recuperado, os benefícios do salvamento se foram, e eles não apresentaram os ganhos de memória.
"Ao tratar computadores e outros dispositivos digitais como extensões de memória, as pessoas podem estar se protegendo dos custos de esquecer e aproveitando os benefícios," concluiu Storm.
Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br
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