03/10/2023

Sensor monitora estrogênio pelo suor em tempo real

Redação do Diário da Saúde
Sensor monitora estrogênio pelo suor em tempo real
O sensor pode ser usado em qualquer parte do corpo, mesmo antes de passar por uma miniaturização. [Imagem: Caltech]

Sensor de estrogênio

O hormônio comumente conhecido como estrogênio desempenha um papel importante em vários aspectos da saúde e da fertilidade da mulher.

Mais especificamente, o estrogênio é uma classe de hormônios que inclui o estradiol como sua forma mais potente. O estradiol também é necessário para o desenvolvimento de características sexuais secundárias nas mulheres e regula o ciclo reprodutivo.

Altos níveis de estrogênio no corpo estão associados ao câncer de mama e de ovário, enquanto baixos níveis de estradiol podem resultar em osteoporose, doenças cardíacas e até depressão.

Devido às suas muitas funções, o hormônio estradiol é frequentemente monitorado pelos médicos como parte dos cuidados de saúde da mulher, mas isso geralmente exige que a paciente visite uma clínica para fazer uma coleta de sangue para análise em laboratório - mesmo os kits de teste caseiros exigem que amostras de sangue ou urina sejam enviadas para um laboratório.

Agora, finalmente pesquisadores conseguiram desenvolver um sensor vestível que monitora o estradiol detectando sua presença no suor, tornando mais fácil para as mulheres monitorarem seus níveis de estradiol em casa e em tempo real.

E seu uso pode ser mais amplo. O sensor poderá beneficiar pacientes submetidos à terapia de reposição hormonal (TRH) porque seus corpos não produzem estradiol suficiente. Nesses pacientes, os níveis de estradiol precisam ser monitorados cuidadosamente para garantir que estejam tomando a dosagem correta.

Estrogênio medido no suor

Para fabricar o novo sensor, Farnaz Lorestani e seus colegas do Instituto de Tecnologia da Califórnia utilizaram DNA curto de fita simples, conhecido como aptâmero. Os aptâmeros funcionam como anticorpos artificiais e são projetados para se ligarem especificamente a uma molécula alvo. Os aptâmeros foram fixados a uma superfície modificada com nanopartículas de ouro e se ligam a moléculas de DNA de fita simples marcadas com uma molécula que pode doar ou aceitar elétrons diretamente sob certas condições.

Quando um aptâmero se liga a uma molécula de estradiol, ele libera a molécula redox. Essa molécula é recapturada por um eletrodo próximo, feito de nanopartículas de ouro revestidas com MXeno, um primo próximo do grafeno, gerando um sinal elétrico que se correlaciona com o nível de estradiol. Esse hardware então transmite sem fio os dados coletados para um aplicativo que roda em um celular, fornecendo uma interface simples para o usuário.

Outra inovação foi o projeto da microfluídica que coleta o suor e o canaliza para o sensor. Pequenas válvulas automáticas permitem que apenas uma pequena quantidade fixa de suor entre no sensor. Isso permite uma análise estável do estradiol, sem que suor em demasia atrapalhe o processo. Além disso, para levar em conta a diferença na composição do suor, o dispositivo coleta informações sobre o pH do suor, os níveis de sal no suor e a temperatura da pele, e as utiliza para calibração em tempo real.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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