21/10/2022

Alimento ou medicamento: Substância anticâncer descoberta em fungo

Redação do Diário da Saúde
Substância antitumoral encontrada no extrato de um fungo
O composto é similar a outro usado há milênios pela medicina tradicional. [Imagem: Tatiana V. Antipova et al. - 10.1021/acs.jafc.2c01952]

Alimento e medicamento antitumoral

Pesquisadores descobriram uma substância com propriedades antitumorais no extrato do fungo Aspergillus cavernicola.

Nunca antes detectada, a substância, batizada de cis-cavernamina, é um pigmento que se transforma em outro composto, que os pesquisadores chamaram de ácido monasnicotínico (AMN).

Como o efeito anticâncer está presente desde a substância original, ela poderá ser usada diretamente na alimentação, enquanto melhoramentos adicionais poderão dar ao AMN potência suficiente para ser usado como medicamento.

A equipe descobriu que o ácido monasnicotínico impede o crescimento e a migração de células cancerígenas bloqueando as vias de sinalização AKT/mTOR. Os testes foram feitos em células humanas de câncer de próstata e de bexiga.

"O efeito antitumoral do AMN é promissor, embora ainda não seja forte o suficiente. Nós planejamos melhorar essa capacidade ajustando a estrutura da molécula. Embora as versões modificadas do AMN tenham uma boa chance de evoluir para medicamentos eficazes contra o câncer, a cis-cavernamina pode ser usada imediatamente pela indústria alimentícia," disse a professora Tatiana Antipova, do Instituto Skolkovo de Ciência e Tecnologia (Rússia).

Corante alimentar

Como pigmento, a cis-cavernamina é um corante carmesim escuro semelhante aos pigmentos encontrados no fungo Monascus, usado na Medicina Tradicional Chinesa.

"Na China, o Monascus é usado há mais de 2.000 anos, tanto na medicina quanto na produção de arroz vermelho fermentado. Ao contrário do Monascus, que é proibido nos Estados Unidos como fonte de micotoxina citrinina, o A. cavernicola pode ser uma fonte de corantes naturais," observou Antipova.

A cis-cavernamina pode substituir os corantes alimentares sintéticos à base de compostos azo, que aumentam o risco de reações alérgicas e câncer. E o fungo A. cavernicola pode ser cultivado em biorreatores utilizando resíduos agrícolas para obtenção do corante alimentar.

A rapidez com que o cogumelo e o corante entrarão em uso pela população agora depende das indústrias, e não mais dos cientistas, acrescentou Antipova.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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