10/08/2021

Supercola de veneno de cobra dispensa pontos em cirurgias

Redação do Diário da Saúde
Supercola de veneno de cobra dispensa pontos em cirurgias
O veneno da jararaca também tem substâncias ativas contra o câncer que já estão sendo exploradas.[Imagem: Instituto Butantan /OAV Marques]

Cola de veneno de cobra

Pesquisadores descobriram um novo uso para o veneno de cobra: Uma "super cola" para o corpo humano, capaz de parar sangramentos potencialmente fatais em segundos.

A cola foi feita a partir de uma enzima de coagulação do sangue chamada reptilase, ou batroxobina, encontrada no veneno de cobras jararacas (Bothrops atrox), que estão entre as cobras mais venenosas da América do Sul.

Tirando proveito dessa propriedade de coagulação, a equipe internacional desenvolveu um adesivo de tecido corporal que incorpora a enzima especial em uma gelatina modificada, que pode ser embalada em um pequeno tubo para uma fácil aplicação.

"Durante traumas, ferimentos e sangramento de emergência, essa supercola pode ser aplicada simplesmente apertando o tubo e iluminando-o com uma luz visível, como um apontador laser, por alguns segundos. Até mesmo uma lanterna de celular fará o trabalho," disse o Dr. Kibret Mequanint, da Universidade Ocidental de Ontário (Canadá).

Supercola cirúrgica

Em comparação com a cola de fibrina clínica, considerada o padrão ouro para cirurgiões clínicos e de campo, o novo colante de tecido biológico tem 10 vezes mais força adesiva para resistir ao descolamento ou lavagem devido a sangramento.

O tempo de coagulação do sangue também é muito mais curto, reduzindo pela metade, de 90 segundos para a cola de fibrina, para 45 segundos para a nova supercola de veneno de cobra. Esta nova biotecnologia se traduz em menos perda de sangue e maior potencial para salvar vidas.

O super-selante foi testado em modelos para cortes profundos de pele, rompimento de aorta e fígados gravemente feridos - todos considerados situações de sangramento grave. Além disso, a nova supercola de veneno de cobra pode ser usada para fechamentos de feridas cirúrgicas sem sutura.

"A próxima fase do estudo que está em andamento é traduzir a descoberta da supercola do tecido para a clínica," disse Mequanint.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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