10/08/2012

Terapia reorganiza cérebro e melhora gagueira

Redação do Diário da Saúde

Mudanças no cérebro

Pesquisas já haviam mostrado que a meditação reforça conexões elétricas no cérebro inteiro e pode mesmo alterar a estrutura do cérebro em algumas semanas.

Todas essas modificações foram extensivamente documentadas por meio de imagens e outros exames.

Mas agora os pesquisadores foram além, e documentaram os efeitos não da meditação, mas da psicoterapia, sobre um problema que aflige milhões de pessoas: a disfemia, ou gagueira.

É mais uma prova contundente de que as mudanças no cérebro podem ser induzidas voluntariamente.

Gagueira e cérebro

Apenas uma semana de terapia da fala foi suficiente para reorganizar o cérebro, ajudando a reduzir a gagueira.

O estudo, realizado por cientistas chineses, foi publicado na edição mais recente da Neurology, a revista médica da Academia Americana de Neurologia.

O estudo deu aos pesquisadores novas informações sobre o papel das diferentes regiões do cérebro na gagueira, que afeta cerca de 1% dos adultos.

Os voluntários foram divididos em dois grupos, um formado por pessoas que gaguejavam, e outro por pessoas que não gaguejavam.

Uma parte das pessoas com gagueira recebeu uma semana de tratamento com terapia da fala com três sessões por dia. Os outros portadores de disfemia, assim como os controles, não receberam nenhuma terapia.

Terapia da fala

A terapia consistia em fazer com que os participantes repetissem palavras de duas sílabas que lhes eram ditas verbalmente e, em seguida, lessem as palavras que lhes eram apresentadas visualmente.

Não havia limite de tempo em nenhuma das duas tarefas.

As notas médias dos testes das pessoas gagas, assim como a porcentagem de sílabas gaguejadas, melhoraram entre aqueles que receberam a terapia.

Não houve qualquer mudança na pontuação para os voluntários gagos que não receberam terapia e nem para o grupo controle.

Aferindo o cérebro

Exames de imageamento cerebral foram usados para medir a espessura do córtex cerebral de todos os participantes no início e no final do estudo.

Os pesquisadores também mediram as interações entre as áreas do cérebro em repouso, a chamada conectividade funcional em estado de repouso.

Os voluntários que melhoraram da gagueira após a terapia apresentaram uma redução tanto da espessura quanto da força das interações em uma área do cérebro importante na expressão e produção de linguagem, chamada "pars opercularis".

"Esses resultados mostram que o cérebro pode reorganizar-se com terapia, e que as mudanças no cerebelo são um resultado da compensação do cérebro para a gagueira," disse o Dr. Chunming Lu, da Universidade Normal de Pequim.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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