17/03/2020

Têxteis biológicos artificiais reparam tecidos humanos

Redação do Diário da Saúde
Têxteis humanos para reparar vasos sanguíneos
São como os tecidos usados em roupas, só que feitos com fios derivados de colágeno humano. [Imagem: Nicolas L'Heureux]

Tecidos de fibras biológicas

Como principal causa de mortalidade em todo o mundo, as doenças cardiovasculares ceifam mais de 17 milhões de vidas a cada ano, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde.

Para abrir novos caminhos de pesquisa para enfrentar esse grave problema de saúde pública, o pesquisador Nicolas L'Heureux e sua equipe na Universidade de Bordeaux (França) estão desenvolvendo "têxteis humanos".

Esses tecidos artificiais são feitos com materiais de origem biológica transformados em fibras, a seguir tecidas para formar os materiais que imitam os têxteis.

O foco inicial da pesquisa é reparar vasos sanguíneos danificados. Para isso, a equipe está partindo da matriz extracelular, o suporte estrutural dos tecidos humanos que é encontrado em praticamente todas as células do corpo.

Os pesquisadores cultivaram células humanas em laboratório para obter depósitos de matriz extracelular ricos em colágeno, uma proteína estrutural que constitui o suporte mecânico das células.

"Obtivemos folhas de matriz extracelular finas, mas altamente robustas, que podem ser usadas como material de construção para substituir os vasos sanguíneos," explica L'Heureux.

Têxteis bioinspirados

Os pesquisadores cortam as folhas que produzem para formar fios - parecidos como os fios usados para fazer tecidos para roupas.

"O fio resultante pode ser tecido, tricotado ou trançado de várias formas. Nosso principal objetivo é usar esse fio para fazer montagens que possam substituir os vasos sanguíneos danificados," disse L'Heureux.

Fabricados inteiramente com material biológico, esses vasos sanguíneos sintéticos também teriam a vantagem de serem bem tolerados por todos os pacientes. Como o colágeno não varia de indivíduo para indivíduo, a expectativa é que o organismo receptor não considere esses vasos como corpos estranhos que precisem ser rejeitados.

Os pesquisadores agora pretendem refinar suas técnicas usadas para produzir esses "têxteis humanos" antes de passar para testes em animais, a fim de validar esta hipótese da não-rejeição. Tudo dando certo, o passo seguinte serão ensaios clínicos em humanos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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