30/10/2015

Supertomate supera 50 garrafas de vinho tinto e 2,5 kg de tofu

Redação do Diário da Saúde
Tomate vira biofábrica de compostos naturais
Os tomateiros geneticamente modificados viraram biofábricas de compostos como o resveratrol e a genisteína.[Imagem: John Innes Centre]

Supertomate

Uma nova variedade de tomate geneticamente modificado produz a mesma quantidade de resveratrol que o encontrado em 50 garrafas de vinho tinto.

O mesmo truque genético permitiu que o fruto também produzisse a quantidade de genisteína encontrada em 2,5 kg de tofu.

Essas verdadeiras "biofábricas" são resultado do trabalho liderado por Zhang Yang e Eugenio Butelli, do Centro John Innes (Reino Unido), instituição especializada em pesquisas em vegetais.

Biofábrica

Embora o resveratrol seja produzido pelas uvas usadas na fabricação do vinho tinto e a genisteína esteja na soja usada para fazer o tofu, os pesquisadores queriam desenvolver uma maneira de produzir quantidades industriais desses compostos naturais.

O resveratrol, presente no vinho tinto, tem sido associado com uma série de benefícios à saúde, enquanto a genisteína, encontrada na soja, parece desempenhar um papel na prevenção de alguns tipos de câncer relacionados com hormônios esteroidais, particularmente o câncer da mama.

A equipe descobriu que uma proteína chamada AtMYB12, encontrada na Arabidopsis thaliana, a plantinha preferida dos geneticistas, ativa um amplo conjunto de genes envolvidos com as vias metabólicas responsáveis pela produção de compostos naturais úteis à planta. Essa proteína funciona de forma parecida com uma torneira, aumentando ou reduzindo a produção dos compostos naturais, dependendo de sua concentração.

Quando os pesquisadores inseriram essa proteína no tomateiro, ela funcionou tanto para aumentar a capacidade da planta de produzir os compostos naturais (ativando a produção de fenilpropanoides), quanto para influenciar a quantidade de energia e de carbono que a planta dedicou à produção destes compostos naturais.

Fenilpropanoides

Os tomates chegam a produzir até 80 mg dos compostos por grama de peso seco, demonstrando que o uso de tomateiros como biofábricas é possível em escala comercial.

"Nosso estudo fornece uma ferramenta genérica para a produção de compostos fenilpropanoides valiosos em escala industrial em plantas e, potencialmente, a produção de outros produtos derivados de aminoácidos aromáticos. Nosso trabalho será de interesse para diferentes áreas de investigação, incluindo a pesquisa básica sobre as plantas e produtos naturais das plantas medicinais," disse a professora Cathie Martin, coordenadora da equipe.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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