23/12/2020

Ultrassom e nanopartículas evitam crescimento de tumores

Redação do Diário da Saúde
Ultrassom e nanopartículas evitam crescimento de tumores
Os nanofusos de dióxido de titânio dopados com vanádio, envoltos em polietilenoglicol (PEG) e usados em combinação com ondas de ultrassom, podem matar células cancerosas.[Imagem: Liang Cheng]

Sonossensibilizadores

O mesmo ultrassom usado nos exames de pré-natal poderá se tornar uma ferramenta importante para tratar o câncer.

Para isso, basta que o aparelho seja usado em combinação com substâncias que sensibilizam o corpo às ondas sonoras.

Essas substâncias, chamadas "sonossensibilizadores", geram espécies reativas de oxigênio, ou radicais livres, que atacam e matam as células tumorais.

Cientistas da Universidade Soochow, na China, descobriram agora um novo tipo de sonossensibilizador ainda melhor: Feito com partículas de dióxido de titânio acrescidas de vanádio (V-TiO2), ele aumenta a quantidade de danos que o ultrassom inflige aos tumores.

Estudos feitos em animais de laboratório mostraram que o crescimento do tumor foi significativamente suprimido quando comparado a um grupo de controle.

Atacando o tumor e preservando o tecido

O microambiente ao redor do tumor é a chave para o câncer se metastatizar e invadir outros tecidos, e importante para a forma como a quimioterapia e outros tratamentos funcionam. O microambiente tumoral tem um pH ácido, mas também contém uma grande quantidade de peróxido de hidrogênio e uma substância conhecida como glutationa.

Os pesquisadores perceberam que as partículas de V-TiO2 agem como pequenas enzimas, que catalisam processos químicos no microambiente. Na presença das ondas de ultrassom, as partículas permitem um ataque duplo ao tumor: Uma envolvendo as ondas sonoras, e a outra um tipo de quimioterapia que degrada o peróxido de hidrogênio e consome a glutationa. Ambos os efeitos matam as células tumorais sem prejudicar o tecido saudável em volta.

"É importante notar que os nanofusos de V-TiO2 são rapidamente excretados do corpo," disse o pesquisador Liang Cheng. "Isso ajuda a prevenir quaisquer possíveis efeitos de toxicidade a longo prazo."

Os cientistas também puderam observar nanofusos de V-TiO2 no baço e no fígado dos camundongos e, posteriormente, nas fezes e na urina. Nenhum sinal óbvio de inflamação ou dano ao órgão foi observado, indicando que esses sensibilizadores parecem ser seguros e eficazes.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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