15/02/2020

Vacina polivalente contra pneumonia é testada em humanos

Com informações da Agência Fapesp
Vacina mais barata e eficaz contra pneumonia é testada em humanos
Instituto Butantan[Imagem: Biorreatores para produção da vacina polivalente em escala de bancada (A) e produção em escala piloto (B).]

Vacina polivalente contra pneumonia

Uma nova vacina contra pneumonia, mais barata e mais abrangente do que as versões atualmente usadas no Brasil, está sendo testada em humanos.

Desenvolvida por pesquisadores do Instituto Butantan e do Hospital das Crianças de Boston, ligado à Universidade Harvard (Estados Unidos), a formulação protege o organismo contra todos os sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae, causadora da doença.

"Adotamos uma estratégia diferente para ativar a resposta do sistema imunológico. Em vez de usar como alvo os polissacarídeos presentes na cápsula bacteriana, como fazem as vacinas hoje disponíveis, optamos por proteínas comuns a todos os sorotipos do microrganismo," detalha Luciana Leite, do Instituto Butantan.

Os testes clínicos de fase 1 e 2 foram realizados na África sob a coordenação da equipe de Harvard, com apoio da Fundação Bill & Melinda Gates e do PATH (Program for Appropriate Technologies in Health), organização norte-americana sem fins lucrativos dedicada a desenvolver inovações que salvam vidas e melhoram a saúde.

"Foram mais de 10 anos de pesquisa até chegar a essa vacina celular. Inicialmente, investigamos proteínas que poderiam ser usadas como alvo. Ao longo do percurso, surgiu a proposta da vacina celular. Desenvolvemos então o processo de produção, mudamos o adjuvante [substância capaz de potencializar a resposta imune] e até a via de administração. Pretendíamos criar uma vacina intranasal, mas percebemos que o produto seria mais eficiente pela via intramuscular," contou a pesquisadora.

Estima-se que existam em todo o mundo mais de 90 sorotipos de S. pneumoniae, que, além de pneumonia, causa doenças como meningite, otite e sinusite. Os sorotipos são definidos com base na combinação de polissacarídeos presentes na cápsula que recobre o microrganismo.

Nas vacinas convencionais, essa combinação de moléculas vai determinar o antígeno que, quando introduzido no organismo, induz a formação de anticorpos. Já a nova vacina polivalente é capaz de ativar a resposta imune independentemente do sorotipo bacteriano.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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