28/05/2013 Vacina por via nasal dispensa agulhasCom informações da Agência USP
A quitosana, um polímero natural encontrado na carapaça de animais como o camarão e o caranguejo, está sendo estudada também para unir nervos rompidos.[Imagem: Wikipedia]
Vacina de cheirar Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) comprovaram a viabilidade do uso do polímero de quitosana na produção de vacinas que dispensam agulhas para sua aplicação. A quitosana é um polímero natural encontrado na carapaça de animais como o camarão e o caranguejo. O polímero reveste o antígeno da vacina, garantindo sua absorção pelo organismo ao ser aplicada por via nasal. "Quando é feita a vacinação, o polímero gruda nas vias nasais, o que permite a absorção do antígeno pelo organismo e o desenvolvimento de anticorpos," diz Jony Takao Yohsida, autor do estudo. A quitosana impede que a vacina seja expelida pelo organismo por meio de espirros após a aplicação. "A vacina também não é engolida com a renovação do muco nasal, evitando que seja destruída pelos ácidos do estômago", afirma Yoshida. "Testes realizados com camundongos mostraram que é possível imunizar por via nasal com o uso da quitosana". Modelo genérico A pesquisa desenvolveu uma nova forma de imunização a partir da vacina inalatória contra a hepatite B, disponível no Instituto Butantan. Mas, segundo o pesquisador, o objetivo da pesquisa era criar um modelo que pudesse ser adaptado para outras vacinas. Os experimentos em animais demonstraram que o polímero pode se unir a qualquer outro tipo de proteína. "Desse modo, podem ser usados antígenos de outras doenças", diz o biólogo. "A vacina poderá ser aplicada por meio de spray ou nebulização". Segundo Yoshida, a principal vantagem da imunização por via nasal é dispensar o uso de agulhas para realizar a imunização. "Muitas pessoas têm medo de tomar injeção. O novo método aumentaria a adesão e a eficácia da vacinação junto à população", ressalta. "A eliminação das agulhas também reduziria os riscos de contaminação entre os profissionais de saúde". Para que a vacina possa ser usada em seres humanos, serão necessários novos estudos. "A pesquisa comprovou que o método é viável. No entanto, é preciso realizar testes imunológicos e clínicos, primeiro em animais e depois em seres humanos, para verificar se não há efeitos colaterais", observa o biólogo. "Apesar do baixo custo da matéria-prima do polímero, há necessidade de padronização e controle de qualidade para verificar a viabilidade da produção industrial". Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |