09/07/2025

Vacina como forma de prevenção cardiovascular vira consenso médico

Redação do Diário da Saúde
Vacinação como forma de prevenção cardiovascular vira consenso médico
Vacinação entra na lista das estratégias de prevenção das doenças cardiovasculares. [Imagem: Heidecker et al. - 10.1093/eurheartj/ehaf384]

Vacinação protege o coração

A Sociedade Europeia de Cardiologia publicou uma "declaração de consenso clínico", um comunicado com nível de recomendação para os médicos, estabelecendo o papel fundamental da vacinação na prevenção de eventos cardiovasculares após diversas infecções virais e bacterianas.

Sim, vacinar não protege a pessoa apenas contra a doença específica para a qual a vacina foi produzida - os dados indicam uma proteção significativa contra as doenças do coração e do sistema circulatório.

"Sabemos há muitos anos que a gripe pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares adversos graves, como ataques cardíacos, e pode exacerbar a insuficiência cardíaca," salienta o professor Thomas Luscher, da Universidade de Zurique (Suíça). "Mais recentemente, evidências sugerem que outras infecções respiratórias também estão associadas ao aumento da morbidade e mortalidade cardiovascular. A nova publicação descreve como a vacinação não apenas previne infecções, mas também reduz o risco de eventos cardiovasculares, particularmente em indivíduos suscetíveis."

A Declaração de Consenso Clínico descreve dados sobre o risco de complicações cardiovasculares após infecções como pneumonia pneumocócica, gripe, SARS-CoV-2 e vírus sincicial respiratório, entre outras, e descreve os mecanismos inflamatórios que podem ser os responsáveis por esses efeitos.

A publicação também lista as evidências dos efeitos benéficos das vacinas na redução de eventos cardiovasculares após diversas infecções virais e bacterianas, particularmente em grupos de pacientes de risco.

Vacina da gripe para o coração

As diretrizes de prática clínica tanto da Sociedade Europeia de Cardiologia quanto da Associação Norte-Americana do Coração já defendem a vacinação contra a gripe e outras infecções disseminadas em pacientes com síndromes coronárias crônicas (incluindo doença arterial coronariana) e em pacientes com insuficiência cardíaca.

A publicação também cita que reações adversas graves à vacinação são muito raras. A declaração de consenso discute os riscos de eventos adversos cardiovasculares após a vacinação, como miocardite, e descreve estratégias de manejo adequadas. Em seguida, são apresentadas recomendações sobre quais vacinas devem ser administradas a pacientes com doenças cardiovasculares e com que frequência. A vacinação de gestantes e outros grupos de pacientes vulneráveis, como aqueles com cardiopatia congênita e transplante cardíaco, também é discutida.

"A prevenção é crucial para reduzir a carga considerável de doenças cardiovasculares. A totalidade das evidências indica que a vacinação deve se tornar um pilar fundamental das estratégias preventivas, juntamente com outras medidas estabelecidas," concluiu o professor Luscher.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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