21/12/2021

Vídeo de respiração profunda acalma crianças em 1 minuto

Redação do Diário da Saúde

Como acalmar uma criança

Pedir para uma criança travessa e agitada respirar lenta e profundamente algumas vezes pode parecer uma tarefa inglória, mas, se você conseguir que a criança faça isso, a técnica de fato vai funcionar.

Pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) demonstraram que a parada para respirar fundo reduz significativamente a excitação fisiológica das crianças em ambientes cotidianos, como em casa ou na escola.

É uma constatação muito bem-vinda porque, além de os estudos sobre o estresse serem geralmente feitos com adultos, eles normalmente acontecem em um laboratório da universidade, o que os torna muito pouco aplicáveis à vida real das crianças.

Ao medir os efeitos em ambientes naturais, incluindo acampamentos e parques de diversões, este estudo reflete mais de perto a experiência de uma criança do que um estudo em um laboratório.

"Este estudo é o primeiro a mostrar que fazer algumas respirações lentas e profundas no dia a dia pode ter um efeito significativo na fisiologia do estresse de uma criança," disse a professora Jelena Obradovic. "Mas apenas dizer às crianças para respirarem fundo pode não ser suficiente - as crianças precisam de um suporte. Portanto, estamos entusiasmados por podermos também oferecer uma ferramenta fácil de usar para ajudar as crianças a aprender esta técnica."

Vídeo para acalmar crianças

A ferramenta a que a professora se refere é um curto vídeo de animação, que foi disponibilizado gratuitamente online - apenas em inglês, por enquanto -, fornecendo uma ferramenta comprovada que pode ser usada em sala de aula para apresentar as crianças à respiração profunda como uma forma de autocontrole.

Os pesquisadores afirmam que o vídeo também pode ajudar os pais a preparar os filhos para uma situação potencialmente estressante, como fazer uma prova na escola ou sair para uma consulta médica, por exemplo.

Isolando os efeitos da respiração profunda

Práticas de atenção plena que incorporam respiração profunda, como ioga e meditação, já estão sendo usadas em sala de aula em muitas escolas. Mas, antes deste estudo, as pesquisas não haviam demonstrado claramente se a própria respiração lenta poderia alterar significativamente a resposta fisiológica ao estresse de uma criança.

Por isso a equipe se propôs a isolar a atividade respiratória e investigar seu impacto, levando em consideração questões práticas, incluindo a probabilidade de que crianças pequenas não tenham a capacidade de respirar profundamente por alguns minutos e se precisariam de ajuda para aprender como fazer.

"Quando você pede a uma criança que respire fundo, muitas realmente não sabem como ritmar lentamente sua inspiração e expiração, se não tiverem nenhum treinamento," disse Obradovic. "Não é intuitivo para crianças pequenas. Elas têm mais sucesso em respirar fundo várias vezes se tiverem um guia visual."

Para ajudar a aprender a técnica, os pesquisadores trabalharam com uma equipe de artistas para produzir um vídeo de um minuto. O vídeo animado mostra as crianças como inspirar lentamente, fingindo sentir o cheiro de uma flor, e expirar, fingindo que está apagando uma vela.

"De um ponto de vista pragmático," diz Obradovic, "pensamos que uma sequência muito curta, quatro respirações, parecia factível para essa faixa etária."

Vídeo de respiração profunda acalma crianças em 1 minuto
Pesquisadores defendem que, a exemplo do que já acontece em muitos países asiáticos, a meditação da atenção plena seja ensinada nas escolas.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Arritmia sinusal respiratória

Os pesquisadores mediram dois biomarcadores em todas as crianças: Frequência cardíaca e arritmia sinusal respiratória (ASR), que se refere à mudança do ritmo do batimento cardíaco quando uma pessoa inspira e expira.

A ASR desempenha um papel importante em influenciar a frequência cardíaca, explica Obradovic, e tem sido associada à capacidade das crianças de regular suas emoções, focar sua atenção e se envolver em tarefas.

"Quando se trata de medir os efeitos da respiração profunda na fisiologia do estresse, a ASR parece ser o biomarcador mais apropriado," detalhou a pesquisadora. "É a única medida pura da atividade do sistema nervoso parassimpático, o sistema que desenvolvemos para nos ajudar a lidar com os desafios diários - os tipos de desafios que não requerem uma resposta fugir ou lutar."

A mudança nas medidas foi profunda: A ASR aumentou e a frequência cardíaca diminuiu apenas em resposta ao vídeo de respiração profunda, e os efeitos foram maiores durante a segunda metade do vídeo, que incluiu a maior parte da prática de respiração profunda.

As crianças do grupo de controle não apresentaram alteração em nenhuma das medidas.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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