17/09/2025

Vírus do herpes pode estar envolvido no Alzheimer

Redação do Diário da Saúde
Vírus do herpes pode estar envolvido na patologia do Alzheimer
É mais uma peça em um quebra-cabeças que pode finalmente elucidar o que dispara a doença de Alzheimer. [Imagem: Vanesa R. Hyde et al. - 10.1016/j.celrep.2024.115109]

Tau e Alzheimer

Pesquisadores descobriram uma ligação surpreendente entre a doença de Alzheimer e o vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1), sugerindo que infecções virais podem desempenhar um papel na doença neurodegenerativa.

O estudo também revelou como a proteína tau, frequentemente vista como prejudicial no Alzheimer, pode inicialmente proteger o cérebro do vírus, mas contribuir para danos cerebrais posteriormente.

Estas descobertas podem levar a novos tratamentos direcionados a infecções e à resposta imunológica do cérebro.

"Nosso estudo desafia a visão convencional da tau como unicamente prejudicial, mostrando que ela pode inicialmente atuar como parte da defesa imunológica do cérebro," disse o professor Or Shemesh, da Universidade de Pittsburgh (EUA). "Essas descobertas enfatizam a complexa interação entre infecções, respostas imunológicas e neurodegeneração, oferecendo uma nova perspectiva e potenciais novos alvos para o desenvolvimento terapêutico."

Alzheimer e HSV-1

Os cientistas identificaram formas de proteínas relacionadas ao HSV-1 em amostras de cérebro de pacientes com Alzheimer, com maiores quantidades de proteínas virais localizadas junto a emaranhados de tau fosforilada - uma das características da patologia da doença de Alzheimer - em regiões cerebrais especialmente vulneráveis ao Alzheimer em todos os estágios da doença.

Experimentos adicionais, feitos em modelos em miniatura de cérebros humanos em uma placa de Petri, indicaram que a infecção por HSV-1 pode modular os níveis da proteína tau cerebral e regular sua função, um mecanismo de proteção que diminui a morte dos neurônios humanos após a infecção.

Como os mecanismos precisos pelos quais o HSV-1 influencia a proteína tau e contribui para a doença de Alzheimer ainda sejam desconhecidos, Shemesh e seus colegas planejam explorar essas questões em pesquisas futuras. Eles pretendem testar potenciais estratégias terapêuticas que tenham como alvo proteínas virais ou ajustar a resposta imunológica do cérebro e investigar se mecanismos semelhantes estão envolvidos em outras doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson e a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica).

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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