19/10/2010

Amor tem efeito analgésico similar a medicamento

Redação do Diário da Saúde

Amor cura a dor

A pergunta era bem direta: Será que o amor pode servir como remédio contra a dor?

Em busca da resposta, cientistas das universidades de Stanford e do estado de Nova Iorque, ambas nos Estados Unidos, recrutaram 15 casais de estudantes apaixonados, que estavam namorando há 9 meses ou menos.

Os namorados tinham que colocar as mãos sobre um pequeno bloco aquecido eletricamente. O aquecimento podia gerar dores que variavam entre nenhuma, moderada e dor severa.

A cada vez, os participantes recebiam uma dentre três tarefas: olhar para uma foto de seu parceiro, olhar para uma foto de um conhecido igualmente atraente, ou realizar uma tarefa de distração, como pensar sobre esportes.

Sistema de recompensa

Ver o rosto do amante ou fazer a tarefa de distração diminuiu a intensidade da dor praticamente no mesmo nível - 12% e 13% para a dor intensa, 36% e 45% para a dor moderada, respectivamente.

Mas houve uma diferença crucial, que chamou a atenção dos cientistas: embora o objetivo fosse o mesmo - tentar reduzir a intensidade da dor - as duas tarefas ativaram partes diferentes do cérebro.

Durante os testes, os participantes eram submetidos a um exame de ressonância magnética funcional, ou fMRI.

Ao contrário da distração, olhar para a foto do amante ativou as seções de recompensa do cérebro, tais como a amígdala e o nucleus accumbens (destacado em vermelho na imagem).

Analgésico emocional

O resultado é importante porque a ativação farmacológica desses mesmos sistemas de recompensa do cérebro pode reduzir substancialmente a dor.

Ou seja, é possível que amor - ou outra emoção que ative os centros de recompensa - funcione como um analgésico.

"A maior analgesia, ao visualizar imagens do parceiro romântico, foi associada com um aumento da atividade em diversas regiões de processamento de recompensas, incluindo o núcleo accumbens, o córtex órbito-frontal lateral, a amígdala e o córtex pré-frontal dorso-lateral - regiões não associadas à analgesia induzida por distração," afirmam os pesquisadores em seu artigo, publicado no último exemplar da revista PLoS One.

"Os resultados sugerem que a ativação dos sistemas de recompensa neurais através de meios não-farmacológicos pode reduzir a experiência da dor," concluem eles.

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