28/11/2013

Antecipação da dor é pior do que a própria dor

Com informações da New Scientist

Desconto temporal

A antecipação da dor é realmente pior do que a própria dor.

Em outras palavras, as pessoas ficam felizes em suportar um pouco mais de dor se elas puderem senti-la agora, em vez de ficar esperando por ela.

As teorias clássicas da tomada de decisão supõem que as pessoas preferem adiar as punições e antecipar as recompensas porque eventos distantes parecem ser menos importantes - isso é chamado de "descontos temporais".

Mas essa teoria parece desabar quando o assunto é a dor.

Uma explicação possível é que a antecipação da dor é, por si mesma, desagradável, um fenômeno que os pesquisadores denominam apropriadamente de "temor".

Medo no tempo

Para investigar como o temor, ou o medo, variam com o tempo, Giles Story e seus colegas da Universidade College de Londres convenceram 33 voluntários a ficar em um aparelho que lhes dava choques elétricos suportáveis.

Os voluntários podiam escolher entre choques fracos, moderados ou mais fortes que fossem aplicados agora ou mais tarde.

Embora algumas pessoas tenham sempre optado por experimentar o mínimo de dor, em 70% das vezes, em média, os participantes optaram por receber mais choques mais cedo do que um número menor de choques mais tarde.

Variando o número de choques e o tempo de espera, a equipe verificou que o medo da dor aumenta exponencialmente à medida que se aproxima a hora de sentir essa dor.

O medo da antecipação é tão forte que reverte o padrão tradicionalmente aceito de "desconto temporal".

Vai uma dorzinha aí?

Outro estudo similar já havia comprovado que as pessoas podem experienciar a dor como um alívio, e até como prazer, quando ela dói menos do que o esperado.

"Provavelmente não é um exagero dizer que as dores na vida se originam tanto, ou até mais, da antecipação e da memória do que de experiências reais," avalia George Loewenstein, professor da Universidade Carnegie Mellon, que analisou o estudo.

O experimento poderá ter implicações para a medicina, porque compreender como as pessoas julgam a dor é importante para lhes apresentar opções de tratamentos potencialmente dolorosos.

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