11/09/2017

Aplicativo de celular identifica sinais de câncer

Redação do Diário da Saúde
Aplicativo de celular identifica sinais de câncer do pâncreas
A equipe está testando óculos coloridos, em substituição à caixa usada agora, para facilitar a identificação do amarelamento no branco dos olhos.
[Imagem: University of Washington]

Amarelo no olho

Um novo aplicativo para celulares pode levar a uma detecção precoce de câncer de pâncreas usando apenas uma selfie.

Essa doença mata 90% dos pacientes dentro de cinco anos, em parte porque não há sintomas precoces ou instrumentos de triagem não-invasiva para identificar um tumor desse tipo antes que ele se espalhe.

Por isso, pesquisadores da Universidade de Washington (EUA) desenvolveram um aplicativo - batizado de BiliScreen - que usa a câmera do celular para tirar a foto e algoritmos de visão computacional e ferramentas de aprendizado de máquina para detectar níveis elevados de bilirrubina. Para isso, o programa vasculha sinais da doença na esclerótica da pessoa - a parte branca do olho.

Em um estudo clínico inicial com 70 voluntários, o aplicativo BiliScreen identificou casos suspeitos da doença com uma precisão de 89,7% em comparação com o exame de sangue atualmente utilizado. Como está em estágio inicial de desenvolvimento, o aplicativo precisou ser usado em conjunto com uma caixa que controla a exposição do olho à luz - para tirar a selfie é necessário colocar o rosto na caixa para controlar a iluminação.

A equipe pretende agora testar o aplicativo em um número maior de pessoas com risco de icterícia e condições similares, bem como continuar a fazer melhorias no programa para que seja possível dispensar o uso da caixa. Eles já estão testando armação parecidas com óculos que fornecem referências de cor para eliminar os problemas de brilho e reflexão.

Icterícia e bilirrubina

Um dos primeiros sintomas do câncer do pâncreas, bem como de outras doenças, é a icterícia, um amarelamento da pele e dos olhos causado por um acúmulo de bilirrubina no sangue, uma substância resultante da degradação da hemoglobina.

Um exame capaz de detectar sinais de icterícia quando os níveis de bilirrubina só começaram a subir - mas antes de serem visíveis a olho nu - poderia permitir a identificação precoce da doença e a redução do número de óbitos.

O exame de sangue atualmente usado para medir os níveis de bilirrubina é inadequado para uma triagem frequente, geralmente sendo aplicado apenas em recém-nascidos que apresentam icterícia. Por isso a ideia do aplicativo é promissora, tornando-se uma ferramenta não-invasiva que qualquer pessoa poderia utilizar, apenas consultando um médico para exames adicionais caso o aplicativo dê esse indicativo.

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