29/10/2013

Capacidade do cérebro é muito maior do que se pensava

Redação do Diário da Saúde

Como sempre acontece na ciência, as coisas são sempre mais complicadas do que pareciam à primeira vista.

Um grupo internacional de pesquisadores acaba de descobrir que o cérebro possui um "poder computacional" muito maior do que eles calculavam.

Os cientistas gostam de comparar o cérebro humano com um computador, no qual os neurônios seriam os "transistores" com os quais são construídos os processadores.

Neurônios são células nervosas de cujo corpo central derivam um axônio, a parte mais longa, e dendritos, uma teia com numerosas ramificações.

As teorias atuais afirmam que os axônios "disparam" - liberam cargas elétricas - para que os neurônios comuniquem-se uns com os outros. Tudo o que o cérebro faz seria resultado dessas interações interneurais, as chamadas redes neurais.

Os dendritos, por sua vez, seriam apenas fios de interligação, sem nenhum papel ativo.

Contudo, uma equipe do Reino Unido e dos Estados Unidos acaba de descobrir que os muito mais numerosos dendritos também "disparam", fazendo suas próprias computações de forma autônoma.

Capacidade do cérebro é muito maior do que cientistas pensavam
Os dendritos têm seu próprio poder computacional, mostrando que o cérebro é muito mais complicado do que se imaginava.
[Imagem: Biosferas/UNESP]

Cálculos cerebrais

Os resultados desafiam o paradigma atual das neurociências de que os cálculos cerebrais são feitos apenas por um grande número de neurônios trabalhando em conjunto, demonstrando como componentes básicos do cérebro são dispositivos computacionais excepcionalmente potentes.

"Os dendritos atuam como dispositivos de computação em miniatura para detectar e amplificar tipos específicos de sinais de entrada," disse o professor Michael Hausser, orientador do estudo.

"Esta nova propriedade dos dendritos adiciona um novo elemento importante para a 'caixa de ferramentas' computacionais do cérebro," concluiu ele.

Ou seja, mesmo a nova descoberta não foi suficiente para que os cientistas escapassem de seu mecanicismo e mudassem sua concepção do cérebro como uma máquina, cheia de peças e ferramentas.

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