31/07/2009

Como a psicologia pode contribuir para o autoconhecimento individual?

Barbara Isanski

O que somos e o que queremos ser

Até que ponto você conhece a si próprio? Esta é uma questão que muito de nós se faz constantemente, à medida que tentamos saber se já estamos próximos de ser o que realmente gostaríamos de ser.

Em um novo estudo, publicado no jornal científico Perspectives on Psychological Science, o Dr. Timothy D. Wilson, da Universidade da Virgínia (EUA) descreve várias teorias sobre o autoconhecimento - ou seja, como as pessoas formam as crenças a respeito de si mesmas -, lista desafios que os psicólogos encontram ao tentar estudá-lo, e oferece caminhos para que possamos nos tornar um pouco melhores do que somos.

Estudando o autoconhecimento

O estudo do autoconhecimento tem tendido a se focar nas medições de quão bons nós somos em determinar nossos próprios estados internos, tais como nossas emoções, personalidade e atitudes.

Entretanto, Wilson destaca que o estudo do autoconhecimento pode ser ampliado para incluir a memória - como nos sentíamos no passado - e a prospecção - prevendo como nos sentiremos no futuro.

Sabendo o que nós éramos e como nos tornaremos pode ser tão importante para o autoconhecimento quanto saber como nós somos no presente. E, enquanto um grande número de pesquisadores está conduzindo estudos aplicáveis a essas várias facetas do autoconhecimento, Wilson observa que não há muita comunicação entre eles, uma razão pela qual esse campo é tão difícil de investigar.

Criatividade metodológica

Embora possa ser muito simples avaliar como as atitudes das pessoas variam ao longo do tempo - pedindo-lhes para prever como elas se sentirão num determinado tempo no futuro e então medindo de fato suas emoções naquele momento - é muito mais difícil medir com precisão o conhecimento de uma pessoa sobre si mesma no presente.

Alguns métodos para adquirir informações precisas sobre os sentimentos de uma pessoa ou sobre sua personalidade incluem a comparação de relatos de pessoas próximas a ela e o estudo de seu comportamento não-verbal.

Entretanto, Wilson tem uma "grande fé na criatividade metodológica" dos seus colegas psicólogos sociais e está confiante que as questões levantadas por esses experimentos serão respondidas nos próximos poucos anos.

Consciente e inconsciente

Embora Wilson reconheça todos as interessantes descobertas que têm sido permitidas pelas novas tecnologias, como a fMRI, ele alerta que esse tipo de experimento pode não ser muito relevante para estudar questões relacionadas ao autoconhecimento.

Há algumas teorias que tentam descrever o autoconhecimento por meio de um modelo de processo dual, contrapondo o consciente e o inconsciente. Wilson desta que essas teorias são pessimistas ao ver o inconsciente como algo que não pode ser alcançado. Ele destaca que "o autoconhecimento é menos uma questão de introspecção cuidadosa, e mais de se tornar um excelente observador de si mesmo."

Como conhecer a si mesmo

O psicólogo sugere algumas formas que podem nos ajudar a aprender mais sobre nós mesmos, tais como tentar ser objetivo quando analisamos nossos próprios comportamentos e tentar ver a nós mesmos com os olhos de outra pessoa.

Outra forma de conhecer melhor a si mesmo é se tornar consciente das descobertas da ciência psicológica. "A maioria de nós presta atenção às descobertas médicas que dizem respeito ao nosso corpo (como o fumo faz mal à saúde, por exemplo) e pode aprender sobre o nosso eu psicológico da mesma forma," conclui o pesquisador.

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