22/02/2012

Desenvolvimento sustentável só é viável se centrado no fator humano

Redação do Diário da Saúde

Fator humano

Enquanto os meios de comunicação globais especulam sobre o número de pessoas que habitam o planeta - o número preferido é o redondo 7 bilhões - uma equipe internacional de especialistas em desenvolvimento argumenta que não é simplesmente o número de pessoas o que importa.

Segundo eles, mais importante ainda é a distribuição dessa população por idade, escolaridade, estado de saúde e localização.

É isto o que é mais relevante para a sustentabilidade local e global.

Qualquer tentativa realista para alcançar o desenvolvimento sustentável deve se concentrar primariamente no bem-estar humano, e se fundar na compreensão das diferenças inerentes às pessoas em termos de seu impacto diferenciado sobre o meio ambiente e suas vulnerabilidades.

Essas vulnerabilidades são frequentemente associadas à idade, gênero, ausência de educação e pobreza.

Desenvolvimento sustentável

Estas são algumas das mensagens formuladas por 20 dos maiores especialistas do mundo em população, desenvolvimento e meio ambiente, que se reuniram com o objetivo de definir os elementos críticos das interações entre a população humana e o desenvolvimento sustentável.

A Declaração de Laxenburgo sobre População e Desenvolvimento, elaborada pelo painel de especialistas, descreve as seguintes cinco ações necessárias para lidar com o desenvolvimento sustentável, atingir a economia verde e se adaptar às mudanças ambientais:

1. Reconhecer que os números, características e comportamentos das pessoas estão no centro dos desafios do desenvolvimento sustentável e de suas soluções.

2. Identificar subpopulações que mais contribuem para a degradação ambiental e aquelas que são mais vulneráveis às suas consequências. Especialmente nos países pobres, essas subpopulações são facilmente identificáveis de acordo com idade, sexo, nível de escolaridade, local de residência e padrão de vida.

3. Elaborar políticas de desenvolvimento sustentável para o tratamento destas subpopulações de forma diferenciada e adequada às suas características demográficas e comportamentais.

4. Facilitar a tendência inevitável da urbanização crescente, de forma a garantir que os riscos ambientais e vulnerabilidades estejam sob controle.

5. Investir no capital humano - educação e saúde das pessoas, incluindo a saúde reprodutiva - para desacelerar o crescimento da população, acelerar a transição para tecnologias verdes e melhorar a capacidade de adaptação das pessoas às mudanças ambientais.

Educação é a saída

Segundo os especialistas, a "educação aumenta as oportunidades na vida das pessoas em geral, contribui enormemente para a inovação tecnológica e social e cria a flexibilidade mental necessária para uma rápida transição para uma economia verde.

"Isso se aplica a países de baixa e de alta renda. Assim, o melhoramento do capital humano, desde a infância até a velhice, através da educação formal e informal, e da educação ao longo da vida, já é considerado uma prioridade política decisiva."

Como afirma a Declaração Rio-92 sobre Ambiente e Desenvolvimento, "os seres humanos estão no centro das preocupações para o desenvolvimento sustentável."

Ou, em outras palavras, o meio ambiente tem o ser humano no meio. E só será possível fazer com que o ser humano não destrua seu meio educando-o para não fazer isso e para que a população como um todo apoie a mudança do atual sistema exploratório de recursos.

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