25/09/2015

Por que os exames de herpes não funcionam na África?

Redação do Diário da Saúde
Por que os exames de herpes não funcionam na África?
Há também indícios de conexão entre o vírus do herpes labial e o Mal de Alzheimer.
[Imagem: Cortesia WebMD Corp.]

HSV1 e HSV2

Dependendo da cepa, o vírus do herpes simplex (HSV) pode causar herpes labial - classicamente associado com o HSV1 - ou herpes genital - classicamente associado com o HSV2.

A segunda é claramente a mais grave das duas doenças, particularmente porque estudos mostram que o HSV2 torna seus portadores mais suscetíveis a contrair o HIV.

Atualmente, os exames para detectar o HSV são baseados na identificação de uma glicoproteína - uma molécula contendo um hidrato de carbono e uma proteína - presente no HSV1, que é comum em toda a população, e no HSV2, consideravelmente mais raro.

Contudo, embora o exame identifique as duas variantes com alta precisão nos Estados Unidos e na Europa, esforços associados com a epidemia de AIDS na África mostraram que o exame não funciona em grande parte do continente, justamente onde as taxas de HIV e HSV são mais elevadas.

Genética do vírus

No início das pesquisas, o HSV foi geneticamente sequenciado utilizando apenas cepas encontradas em pacientes europeus, e o teste de diagnóstico foi desenvolvido para identificar sequências de glicoproteína comuns a estas cepas.

O que se confirmou agora é que as glicoproteínas nos pacientes africanos são de fato diferentes. Além disso, em comparação com o HSV1, o HSV2 tem menos diversidade genética.

"Isso explica por que o exame de diagnóstico não funcionou na África," disse o professor Thomas Quinn, que realizou o estudo com seus colegas das universidades Johns Hopkins e Harvard.

A expectativa é que essa descoberta também torne mais efetivos os esforços em busca do desenvolvimento de uma vacina que proteja a população contra o vírus.

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