22/11/2013

Foco no amor: apaixonados não se concentram

Redação do Diário da Saúde
Foco no amor: apaixonados não se concentram
Pessoas apaixonadas têm menor capacidade de se concentrar e de executar tarefas que requerem atenção.
[Imagem: Leiden University]

Pessoas apaixonadas têm menor capacidade de se concentrar e de executar tarefas que requerem atenção.

A conclusão, que contesta o saber científico atual, mas está de pleno acordo com o saber popular, é de Henk van Steenbergen e seus colegas das universidades de Leiden e Maryland, e foi publicado na revista Motivation and Emotion.

No mundo da lua

Quarenta e três participantes que estavam em um relacionamento romântico há menos de meio ano realizaram uma série de tarefas durante as quais eles tinham que discriminar entre informações relevantes e irrelevantes o mais rápido possível.

Para aguçar suas paixões, os participantes ouviram música romântica e pensaram em um evento romântico antes dos testes.

Quanto mais apaixonado cada um deles se autoavaliou, menos capaz foi de ignorar a informação irrelevante.

Assim, a intensidade do amor está diretamente relacionada à forma como alguém é capaz de se concentrar, concluíram os cientistas.

Não houve diferença entre homens e mulheres - todos "viajaram" igualmente.

Controle cognitivo

Os resultados de Henk van Steenbergen e seus colegas diferem dos resultados de estudos anteriores.

Esses estudos anteriores concluíram que a capacidade de ignorar informações que distraem é necessária para manter um relacionamento romântico de longo prazo.

Segundo essa interpretação, ser capaz de controlar a si mesmo - também chamado de "controle cognitivo" - e resistir às tentações que poderiam ameaçar o relacionamento é tido como essencial no amor a longo prazo.

Van Steenbergen enfatiza que a ligação entre o amor romântico e o controle cognitivo ainda é uma área recente de pesquisas, o que pode justificar as confusões nas interpretações.

"A razão pela qual o amor romântico está associado com o controle cognitivo ainda é desconhecida. Pode ser que os amantes usem todos os seus recursos cognitivos para pensar sobre sua amada, o que os deixa sem recursos para executar uma tarefa chata. Pode ser também que a associação vá no sentido oposto: as pessoas que têm reduzido controle cognitivo poderiam experimentar sentimentos de amor mais intensos do que as pessoas que têm níveis mais elevados de controle cognitivo," considera ele.

Pesquisas futuras poderão trazer novas interpretações e tentar esclarecer o assunto.

Mas talvez valha mesmo o saber popular, aquele que diz que quem está apaixonado vive no mundo da Lua e, portanto, não presta atenção em nada que não seja o objeto do seu amor.

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