22/02/2013

Após infarto, coração é recuperado com gel injetável

Redação do Diário da Saúde
Hidrogel injetável regenera coração após infarto
O hidrogel é feito a partir do tecido conjuntivo do coração, que é liofilizado antes de ser aplicado no coração.
[Imagem: Karen Christman/UCSD]

Reconstrução do coração

Cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA) criaram um hidrogel capaz de reparar danos ao coração gerados por ataques cardíacos.

O hidrogel, que é injetável, induziu não apenas o crescimento dos tecidos do músculo cardíaco, como também dos vasos sanguíneos, restabelecendo em grande parte o funcionamento normal do coração.

O gel é injetado através de um catéter, sem exigir uma cirurgia e nem anestesia geral, um processo menos invasivo e com menor risco para o paciente.

"Nossos dados mostram que o hidrogel pode aumentar o músculo cardíaco e reduzir cicatrizes na região danificada pelo ataque do coração, impedindo a insuficiência cardíaca. Estes resultados sugerem que esta pode ser uma terapia minimamente invasiva para prevenir a insuficiência cardíaca após um ataque de coração em humanos," disse a Dra Karen Christman, coordenadora do estudo.

O gel forma uma estrutura parecida com um andaime nas áreas danificadas do coração, servindo de suporte para o crescimento de novas células cardíacas.

Como o gel é feito a partir de tecido cardíaco retirado do coração de suínos, o coração danificado responde positivamente, "criando um ambiente harmonioso para a reconstrução", em vez de desencadear uma sucessão de eventos adversos pelas defesas do sistema imunológico, disse a pesquisadora.

Hidrogel injetável regenera coração após infarto
A área escura (Figura A) mostra a região do coração danificada pelo ataque cardíaco. Na Figura B, a mesma área está quase totalmente recuperada após a injeção do hidrogel.
[Imagem: Karen Christman/UCSD]

Coração pasteurizado

O hidrogel foi fabricado a partir do tecido conjuntivo cardíaco, do qual são retiradas as células do músculo cardíaco através de um processo de limpeza.

O tecido é liofilizado e moído até formar um pó, e então liquefeito na forma de um fluido que pode ser facilmente injetado no coração.

Assim que ele atinge a temperatura corporal, o líquido transforma-se em um gel semi-sólido e poroso, que encoraja as células a repovoar as áreas de tecido cardíaco danificadas.

Os testes em porcos já foram concluídos. Esta é a última etapa antes do teste em humanos, que começará na Europa ainda neste ano.

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