12/06/2018

Leitores mais jovens preferem livros impressos

Redação do Diário da Saúde
Leitores mais velhos preferem mais o livro eletrônico
As pessoas de todas as idades amam não apenas as histórias, mas também seus livros. Mas os mais velhos se dão melhor com os livros eletrônicos.
[Imagem: CC0 Creative Commons/Pixabay]

Livro físico versus livro eletrônico

As pessoas têm sensações muito diferentes em relação aos livros físicos e aos leitores e livros eletrônicos, ou e-books.

E, de forma um tanto surpreendente, embora os estereótipos sugiram que os consumidores mais jovens prefeririam mais os livros digitais, não foi isso que constataram Sabrina Helm e seus colegas da Universidade do Arizona (EUA) depois de fazerem experimentos em laboratório com centenas de pessoas das mais diversas idades.

Os estereótipos pintam a geração mais jovem como "toda a tecnologia, o tempo todo". Mas os jovens e adolescentes participantes dos experimentos preferiram ler um livro de papel do que usar o leitor eletrônico - bem mais do que os participantes mais velhos, que demonstraram uma preferência significativa pelos livros eletrônicos.

Outro resultado interessante é que os consumidores adultos de todas as faixas etárias têm uma percepção da propriedade dos livros eletrônicos muito diferente da propriedade dos livros físicos, algo que pode ter implicações importantes para as editoras e livrarias que estão no negócio de vender textos digitais.

"Nós pesquisamos o que é chamado de 'propriedade psicológica', que não está necessariamente ligada à posse legal ou aos direitos legais, mas está mais ligada às percepções do que é meu," descreveu Sabrina.

Propriedade psicológica

O senso de propriedade psicológica é afetado por três fatores principais: se a pessoa sente que tem controle sobre o objeto que possui, se usa o objeto para definir sua identidade e se o objeto ajuda a dar um sentimento de pertencimento à sociedade.

Os participantes de todas as faixas etárias relataram que os livros digitais impõem uma restrição à sua sensação de propriedade que os livros físicos não apresentam, uma vez que eles não têm controle total sobre os e-books. Por exemplo, os participantes expressaram frustração por muitas vezes não conseguirem copiar um livro digital para seus vários dispositivos.

Leitores mais velhos preferem mais o livro eletrônico
Outros experimentos mostraram que o livro eletrônico exige menos esforço mental do que o livro de papel.
[Imagem: Wikimedia]

Vários participantes também lamentaram as restrições ao compartilhamento dos e-books com amigos, ou presentear ou vender os livros, afirmando que os livros eletrônicos parecem menos valiosos do que os livros físicos. Para eles, o livro eletrônico se parece mais com alugar algo do que comprar.

Os participantes também sentem estar ligados emocionalmente aos livros físicos, e disseram que usam os livros físicos para estabelecer um senso de identidade e pertencimento - por exemplo, seus amigos e familiares podem ver sua biblioteca de livros físicos e saber sobre o compartilhamento de interesses.

Todas as faixas etárias também falaram sobre a experiência dos livros físicos através de múltiplos sentidos, descrevendo, por exemplo, o som das páginas, o cheiro e a experiência tátil da abertura de um novo livro, além da capacidade de marcar o texto ou escrever notas nas páginas de papel.

Quem prefere os livros eletrônicos

Mas, é claro, há quem prefira os livros digitais e seus leitores eletrônicos: as pessoas mais velhas e os minimalistas, que expressaram uma preferência pelos livros digitais porque eles ocupam menos espaço físico.

Os consumidores mais velhos veem mais vantagens do que os consumidores mais jovens em ler com um leitor eletrônico, mencionando benefícios físicos, como a natureza mais leve dos leitores eletrônicos, a capacidade de ampliar o texto e as páginas sempre planas, que não se inclinam como quando se lê um livro físico.

A conclusão é que os editores de livros físicos podem ficar tranquilos com a longevidade dos seus negócios: nenhum participante afirmou ter adotado uma experiência de leitura totalmente digital, e quase todos expressaram forte apego aos seus livros físicos.

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