23/02/2012

Meditação reforça conexões elétricas no cérebro inteiro

Redação do Diário da Saúde
Meditação reforça conexões elétricas no cérebro inteiro
Os pesquisadores aferiram os benefícios da meditação sobre a fisiologia do cérebro usando uma nova técnica de imageamento chamada imagens por difusores de tensão.
[Imagem: Chiang et al./IEEE Transactions on Medical Imaging]

Meditação contra atrofia cerebral

Dois anos atrás, pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) descobriram que regiões específicas no cérebro de pessoas que praticam a meditação há muito tempo eram maiores e tinham mais massa cinzenta do que os cérebros de indivíduos não-praticantes.

Agora, o prosseguimento do estudo sugere que pessoas que meditam também têm mais massa branca, com conexões mais fortes entre as regiões cerebrais, e apresentam menos atrofia cerebral relacionada com a idade.

Ter conexões mais fortes influencia a capacidade de disparar mais rapidamente sinais elétricos no cérebro.

O que é mais significativo é que a medição produz estes efeitos em todo o cérebro, e não apenas em áreas específicas.

Conectividade do cérebro

Eileen Luders e seus colegas usaram um tipo de imagem do cérebro conhecida como imagem de tensor de difusão, uma técnica relativamente nova que fornece informações sobre a conectividade estrutural do cérebro.

Eles descobriram que as diferenças entre os meditadores e os não-meditadores não estão confinadas a uma região particular do cérebro, mas envolvem grandes redes, que incluem os lobos frontal, parietal, temporal, occipital, além do corpo caloso anterior, estruturas límbicas e o tronco cerebral.

"Nossos resultados sugerem que quem pratica meditação há muito tempo tem fibras da massa branca que são mais numerosas, mais densas ou mais distribuídas em todo o cérebro," disse Luders. "Também descobrimos que o declínio normal do tecido relacionado à idade é consideravelmente reduzido nos praticantes de meditação."

Mudanças no cérebro induzidas pela meditação

"É possível que meditar ativamente, especialmente durante um longo período de tempo, induza mudanças em um nível micro-anatômico," diz Luders.

Como consequência, afirma a pesquisadora, a robustez das conexões entre as fibras nervosas dos meditadores pode aumentar e, eventualmente, levar aos efeitos macroscópicos vistos com a nova técnica de imageamento cerebral.

"E a meditação pode causar alterações na anatomia do cérebro não apenas por uma indução no crescimento, mas também impedindo sua redução," disse Luders.

"Ou seja, se praticada regularmente ao longo de anos, a meditação pode retardar a atrofia cerebral relacionada ao envelhecimento, eventualmente afetando positivamente o sistema imunológico," conclui a pesquisadora.

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