01/11/2012

Proteína extraída de planta nativa tem atividade antitumoral

Com informações da Agência USP
Proteína extraída de planta nativa tem atividade antitumoral
As plantas da família Abrus possuem proteínas inativadoras de ribossomos, como a pulchellina e a abrina.
[Imagem: Wikipedia/Shu Suehiro]

Medicamento natural

Uma trepadeira encontrada no nordeste brasileiro e na África possui uma atividade tóxica celular, interferindo na síntese de proteínas.

Outra particularidade é que ela leva à apoptose, que é a morte celular programada.

Essas características fazem dela uma candidata ao desenvolvimento de fármacos dirigidos ao tratamento de tumores, principalmente os superficiais, como os de pele.

Os estudos in vitro mostraram que a pulchellina apresenta uma atividade tóxica celular, interferindo na síntese de proteínas. Outra particularidade é que ela leva à apoptose, que é a morte celular programada.

A descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, que estão desenvolvendo estudos com a pulchellina, uma proteína extraída das sementes da Abrus pulchellus.

Engenharia genética

A molécula da pulchellina apresenta duas partes. Uma é responsável pelas atividades de toxicidade, enquanto a outra responde pelo mecanismo que permite a sua entrada dentro das células.

"Estamos trabalhando tanto com a proteína nativa, extraída e purificada diretamente da planta, como também com as duas partes isoladamente, obtidas por meio de engenharia genética", explica.

"Neste processo, o gene da planta foi isolado e introduzido em uma bactéria para esta célula produzir as partes da proteína em um meio de cultura apropriado. Estas novas moléculas são chamadas de recombinantes", conta.

Atualmente, os pesquisadores contam com a parceria de uma empresa de biotecnologia de Campinas, onde estão sendo realizados estudos in vitro e em animais com o objetivo de desenvolver uma formulação que permita a entrada da cadeia tóxica da pulchellina dentro da célula tumoral sem afetar as demais.

"A ideia é que, uma vez desenvolvida a nanoestrutura e a formulação, a toxina poderá ser utilizada sobre tumores localizados superficialmente", diz a professora.

Pulchellina

A pulchellina é uma proteína inativadora de ribossomos do tipo 2 (RIP tipo 2), locais de síntese de proteínas dentro das células.

"A ricina, encontrada na mamona, e a abrina, encontrada na Abrus precatorius, pertencem à mesma família e podem ser consideradas como outros exemplos mais conhecidos dessa família de RIPs tipo 2", conta a professora Ana Paula Ulian de Araújo, coordenadora do estudo.

Os primeiros estudos permitiram caracterizar a citotoxicidade da proteína, bem como o isolamento e a identificação de isoformas. "Identificamos quatro isoformas mais viáveis para aplicação em pesquisas, sendo que algumas são mais tóxicas [para as células] que outras", diz a professora.

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