12/08/2016

Pulsos elétricos reduzem cicatrizes em 58% após queimadura

Redação do Diário da Saúde
Pulsos elétricos reduzem cicatrizes em 58% após queimadura
São vários os testes que mostram a eficácia do uso da eletricidade na cura de ferimentos, ainda que os cientistas e médicos estejam longe de compreender totalmente os processos celulares e moleculares envolvidos.
[Imagem: Heather M. Wilson/Joseph I. Hoare]

Choques contra cicatrizes

Uma terapia envolvendo a aplicação de pequenos choques elétricos pulsados - um procedimento não-invasivo que sequer aquece a pele - reduzir significativamente a formação de cicatrizes após ferimentos.

A tecnologia - seu nome técnico é eletroporação parcial irreversível - reduziu as cicatrizes decorrentes de queimaduras em um modelo animal e melhorou várias propriedades da pele ao remover células em excesso, melhorando a cicatrização e diminuindo os sinais deixados pelo processo.

"Nós demonstramos que matar algumas, mas não todas, as células na ferida pode realmente ajudar a regenerar a pele sem deixar cicatrizes," disse o professor Alexander Golberg, do Hospital Geral de Massachusetts (EUA).

"A principal diferença entre esta abordagem e procedimentos como ultra-som e lasers é que eles operam em todo o tecido, enquanto o tratamento com campo elétrico pulsado funciona somente no nível celular, o que nós esperamos irá fornecer tratamentos mais precisos no futuro, à medida que formos capazes de alvejar células específicas," acrescentou.

Cicatrizes e cicatrização

O conhecimento científico atual sugere que as cicatrizes resultam de alterações nas respostas dos muitos tecidos diferentes envolvidos na cura das feridas, mas os mecanismos moleculares exatos da formação das cicatrizes não são totalmente compreendidos.

Como resultado, muitos procedimentos terapêuticos desenvolvidos para prevenir ou tratar cicatrizes - incluindo a remoção cirúrgica, injeções de esteroides e terapias a laser - têm sucesso limitado.

A eletroporação induz a formação de pequenos poros nas membranas celulares e, embora o processo leve à morte das células, não há danos à matriz extracelular ou aos vasos sanguíneos ou outras estruturas nas proximidades, o que sugere que a terapia ajuda a limpar a área para que o processo natural de cicatrização funcione de forma otimizada.

Os resultados mostraram que cinco sessões de aplicação de campos elétricos, espaçados 20 dias após a queimadura, reduziram o tamanho das cicatrizes em 58%, além de melhorar várias propriedades dos ferimentos, incluindo a aparência global e a estrutura, a densidade e a orientação das fibras de colágeno.

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