11/03/2016

Regras familiares para uso da tecnologia devem incluir crianças e pais

Com informações da Umich

Tecnologia em família

O que as crianças esperam dos pais quando o assunto é tecnologia?

  • "Pare de postar fotos minhas sem permissão."
  • "Coloque o seu telefone de lado quando estou falando com você."
  • "Não mande mensagens de texto enquanto dirige, nem mesmo no farol vermelho."

Estas são algumas das regras para internet e smartphones que as crianças gostariam de estipular para seus pais, de acordo com um levantamento feito por pesquisadores das universidades de Michigan e Washington (EUA).

O estudo é um dos primeiros a explorar as expectativas das crianças em relação ao uso da tecnologia pelos pais. Foram entrevistadas 249 famílias com crianças com idades entre 10 e 17 anos, que responderam perguntas sobre regras familiares e expectativas com o uso da tecnologia, como também quais regras são mais fáceis ou difíceis de seguir.

Regras para os pais

Além de revelar os sentimentos das crianças sobre igualdade e "sobrecompartilhamento", a pesquisa lança uma luz sobre as regras mais eficazes de tecnologia e as abordagens familiares mais comuns.

Gerenciar o uso da tecnologia sempre foi uma das tarefas dos pais em relação às crianças. "Mas agora que praticamente todos os membros da família têm telefone, se tornou cada vez mais difícil definir os limites" para todos, disse Alexis Hiniker, um dos autores do trabalho.

Regras familiares para uso da tecnologia devem incluir crianças e pais

[Imagem: Umich]

Quando os pesquisadores perguntaram para as crianças quais regras de tecnologia elas desejavam que seus pais seguissem, as respostas se dividiram em sete categorias gerais:

  • Pare com o "sobrecompartilhamento": os pais não devem compartilhar informações online sobre seus filhos sem a permissão deles.
  • Sem hipocrisia: os pais devem fazer o que ensinam aos filhos, como não usar a internet durante as refeições.
  • Supervisionar as crianças: os pais devem estabelecer e fazer cumprir as regras relacionadas com a tecnologia para efeitos de proteção das crianças.
  • Dê autonomia: crianças acreditam que os pais devem deixar com que elas tomem suas próprias decisões sobre o uso da tecnologia, sem interferência.
  • Uso moderado: os pais devem usar a tecnologia com moderação e em equilíbrio com outras atividades.
  • Não utilizar tecnologia enquanto dirige: os pais não devem enviar mensagens de texto durante a condução ou no farol vermelho.
  • Estar presente: as crianças acham que não deveria haver nenhuma tecnologia em determinadas situações, como por exemplo, quando eles estão tentando falar com um dos pais.

"Um número de crianças, duas vezes maior, se comparado aos pais, expressaram preocupações sobre a divulgação excessiva de informações pessoais sobre eles no Facebook e outras mídias sociais sem permissão", disse a professora Sarita Schoenebeck. "Muitas crianças disseram ter achado embaraçoso o conteúdo postado, e se sentiram frustradas quando seus pais continuaram publicando esse material."

Regras familiares para tecnologia

O estudo também analisou quais tipos de regras familiares foram mais fáceis de serem seguidas. Famílias relataram que as regras que proíbem totalmente o uso de determinada tecnologia ou mídia social são mais fáceis de cumprir, do que as regras que proíbem o uso da tecnologia apenas em determinadas situações.

"Ficamos surpresos ao descobrir que, quando a mãe e o pai dizem: 'Você não pode usar o Instagram,' é mais fácil para as crianças aceitarem e seguirem a ordem do que quando dizem: 'Você pode usar o Instagram, mas não durante o jantar,' disse Hiniker.

Enquanto os pais tendem a não se preocupar com regras diferentes entre eles e os filhos, muitas crianças viram essa atitude como hipócrita. As crianças também acharam mais fácil seguir regras de tecnologia desenvolvidas coletivamente e quando os pais também as obedecem.

A maioria das quase 500 regras de tecnologia diferentes relatadas pelas famílias se resumiram em uma dezena de categorias, que incluem:

  • Sem tecnologia em determinados momentos.
  • Sem tecnologia até que certas obrigações sejam cumpridas, como lição de casa ou prática musical.
  • Prazos fixos de quanto tempo as crianças podem usar a tecnologia.
  • Restrição de custos.
  • Expectativas para equilibrar o uso da tecnologia com outras atividades, como brincadeiras ao ar livre.
  • Auditoria dos pais, que lhes dão direito de verificar os telefones dos filhos a qualquer momento e acessar contas de mídia social.
  • Proibição de determinado sites, jogos, atividades ou dispositivos.
  • Regras sobre comportamento on-line, como não ofender ou diminuir as pessoas, usar linguagem inadequada ou compartilhar conteúdo sexual.
  • "Provavelmente os atuais usuários ficariam mais felizes se existissem mais aplicativos e dispositivos voltados para a promoção de hábitos saudáveis do uso tecnologia", sugere a pesquisadora Julie Kientz. "E essas ferramentas poderiam atrair mais famílias que já decidiram pela regra do não em tudo."

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