18/06/2013

Remédios comuns induzem ou retardam surgimento de Alzheimer

Redação do Diário da Saúde

Várias classes de medicamentos comumente prescritos para condições médicas comuns podem influenciar o aparecimento e a progressão da doença de Alzheimer.

Mas, o que é, de um lado, um alerta, de outro pode trazer uma esperança de novos tratamentos.

Isso porque os medicamentos parecem agir tanto em um sentido, piorando a doença, quanto no outro, retardando a progressão de uma de suas manifestações mais conhecidas.

Giulio Maria Pasinetti e seus colegas publicaram os resultados surpreendentes no último exemplar da revista científica PLoS One.

Efeitos secundários duplos

A equipe rastreou 1.600 medicações disponíveis nas farmácias para avaliar seu impacto na acumulação de beta-amiloide no cérebro, uma proteína que se acumula anormalmente no cérebro dos pacientes com Mal de Alzheimer.

Eles descobriram que os medicamentos atualmente prescritos para condições tais como hipertensão, depressão e insônia bloqueiam ou intensificam a acumulação da proteína beta-amiloide, a componente das placas amiloides.

"Esta linha de investigação poderá levar brevemente à identificação de medicamentos comuns que podem potencialmente desencadear condições associadas com a prevenção, ou, inversamente, com o surgimento, da doença de Alzheimer", disse o Dr. Pasinetti.

"Esta é uma referência nova para os médicos considerarem quando prescreverem o medicamento mais adequado, especialmente em indivíduos com alto risco para a doença de Alzheimer," completou.

Segurança dos medicamentos

Isso inclui tanto evitar os medicamentos que aumentam o risco, quanto usar as medicações projetadas para outros fins mas que resultaram, como efeito secundário, na diminuição das placas amiloides.

"Por exemplo, uma descoberta muito entusiasmante do nosso estudo é que o Carvedilol, já aprovado para o tratamento da hipertensão, pode tornar-se imediatamente uma droga promissora também para o tratamento da doença de Alzheimer," disse o pesquisador.

Os autores discutiram também as limitações da pesquisa, observando que novos estudos devem ser iniciados o quanto antes para verificar a segurança do uso desses medicamentos para condições para as quais eles não foram originalmente desenvolvidos.

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