21/07/2010

Restrição calórica melhora memória e capacidade de aprender

Redação do Diário da Saúde
Restrição calórica melhora memória e capacidade de aprender
Cientistas descobriram que a sirtuina 1 - uma proteína que nos seres humanos é codificada pelo gene SIRT1 - também melhora a memória e a flexibilidade do cérebro.
[Imagem: MIT]

Decisão inteligente

A restrição calórica - o termo técnico para "comer menos", ou adotar uma dieta com menos calorias - não é bom apenas para ter uma vida mais longa e mais saudável.

Cientistas do MIT, nos Estados Unidos, descobriram que o mesmo mecanismo molecular que aumenta a expectativa de vida através da restrição calórica também ajuda a melhorar a memória e incrementar a inteligência.

A pesquisa foi publicada no último exemplar da conceituada revista Nature.

Resveratrol

O resveratrol, encontrado no vinho e no amendoim, tem sido apontado como um ampliador da expectativa de vida porque ele ativa um grupo de enzimas conhecidas como sirtuinas, que ganharam fama nos últimos anos por sua capacidade de retardar o processo de envelhecimento.

Agora, os cientistas descobriram que a sirtuina 1 - uma proteína que nos seres humanos é codificada pelo gene SIRT1 - também melhora a memória e a flexibilidade do cérebro.

Além de dar maior suporte às rotinas alimentares com menos calorias, o trabalho poderá levar à criação de novos medicamentos para doenças como o Mal de Alzheimer e outras desordens neurológicas.

Sirtuina

"Nós havíamos demonstrado anteriormente que a Sirtuina 1 promove a sobrevivência neuronal nas doenças neurodegenerativas associadas com a idade. Nos nossos modelos celulares e animais da doença de Alzheimer, a SIRT1 melhorou a sobrevivência neuronal, reduziu a neurodegeneração e evitou as dificuldades de aprendizagem," conta Li-Huei Tsai, coordenador do estudo.

"Agora nós descobrimos que a atividade da SIRT1 também promove a plasticidade e a memória," diz Tsai. "Esse resultado demonstra o papel múltiplo da SIRT1 no cérebro, ressaltando ainda mais o seu potencial como um alvo para o tratamento da neurodegeneração e das condições com problemas cognitivos, com implicações para uma ampla gama de distúrbios do sistema nervoso central."

Gene da longevidade

Em um outro estudo, também realizado no MIT, os pesquisadores descobriram que o gene SIR2 é um regulador chave da longevidade na levedura e em vermes, usados como modelos em estudos desse tipo.

Os estudos, ainda em andamento, estão agora investigando se este gene altamente conservado também rege a longevidade nos mamíferos.

A versão desse gene nos mamíferos, o SIRT1, parece ter desenvolvido complexas funções sistêmicas na função cardíaca, no reparo do DNA e na estabilidade genômica.

Os cientistas acreditam que o SIRT1 seja ser um regulador chave de uma rota evolutivamente bem conservada que permite aos organismos lidarem com a adversidade.

Estes genes e as enzimas que eles produzem são parte de um sistema de retroalimentação que melhora a sobrevivência celular durante períodos de estresse, especialmente durante a falta de alimentos.

Tratamento do sistema nervoso

Este novo estudo mostra que o SIRT1 aumenta a plasticidade sináptica, as conexões entre os neurônios e a formação da memória.

Estas descobertas revelam um novo papel do SIRT1 na cognição e um mecanismo previamente desconhecido por meio do qual o SIRT1 regula esses processos.

Além de ajudar os neurônios a sobreviver, o SIRT1 também tem um papel direto na regulação da função cerebral normal, demonstrando o seu valor como um potencial alvo terapêutico para o tratamento do sistema nervoso central.

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