26/10/2017

Tai Chi é eficaz como exercício de reabilitação cardíaca

Redação do Diário da Saúde
Tai Chi é eficaz como exercício de reabilitação cardíaca
Os benefícios foram verificados justamente entre as pessoas que não aderiram aos exercícios físicos tradicionais.
[Imagem: Terry Wong/AHA]

Reabilitação cardíaca

Os movimentos lentos e gentis do Tai Chi são uma opção de exercício promissora para pacientes que não se adaptam à reabilitação cardíaca tradicional.

Após um ataque cardíaco, mais de 60% dos pacientes não aderem ou diminuem a participação em atividades físicas.

Embora os motivos para isso incluam questões financeiras e a distância de casa até um centro de reabilitação, muitos pacientes ficam de fora porque acham o exercício físico desagradável, doloroso ou mesmo impossível, dada a sua condição física.

O Tai Chi permitiu melhorar os comportamentos quanto às atividades físicas justamente nessa população de alto risco.

"Acreditamos que o Tai Chi pode ser uma boa opção para essas pessoas, porque você pode começar muito devagar e de forma simples e, à medida que sua confiança aumenta, o ritmo e os movimentos podem ser modificados para aumentar a intensidade," disse a professora Elena Salmoirago Blotcher, da Universidade Brown (EUA). "O exercício de Tai Chi pode atingir níveis de intensidade baixos a moderados. A ênfase na respiração e no relaxamento também pode ajudar com a redução do estresse e do sofrimento psicológico."

Tai Chi para o coração

A equipe da professora Blotcher comparou a segurança e a conformidade de dois regimes de exercícios: um programa leve e mais curto, com 24 aulas ao longo de 12 semanas, e um programa estendido e mais longo, com 52 aulas ao longo de 24 semanas. Todos os participantes receberam um DVD para praticar em casa.

As conclusões mostraram que o Tai Chi:

  • é seguro, sem eventos adversos relacionados ao programa de exercícios, exceto por uma pequena dor muscular no início do treinamento;
  • foi bem apreciado pelos participantes (100% recomendariam a um amigo);
  • é viável, com pacientes comparecendo a cerca de 66% das aulas agendadas;
  • não aumentou a aptidão aeróbica em testes padrão após 3 meses de ambos os programas; e
  • aumentou a quantidade semanal de atividade física moderada a vigorosa (medida por um dispositivo preso ao corpo) após três (moderada) e seis meses (vigorosa) no grupo que participou no programa mais longo, mas não naqueles que participaram do programa mais curto.

"Por si só, o Tai Chi obviamente não substituiria outros componentes da reabilitação cardíaca tradicional, como a educação sobre fatores de risco, a dieta e a adesão aos medicamentos necessários," disse Blotcher. "Se for comprovadamente eficaz em estudos maiores, pode ser possível oferecê-lo como uma opção de exercício dentro de um centro de reabilitação como uma ponte para um exercício mais intenso, ou em um ambiente comunitário com os componentes educacionais da reabilitação fora de um ambiente médico".

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