22/04/2013

Temperatura corporal pode ser controlada pela meditação

Redação do Diário da Saúde
Temperatura corporal pode ser controlada pela meditação
O monge tibetano Gebchak Wangdrak Rinpoche recebe eletrodos de eletroencefalografia para monitorar seu cérebro durante as sessões de meditação para elevação do calor corporal.
[Imagem: National University of Singapore]

Temperatura corporal central

Que a meditação tem inúmeros benefícios, todo o mundo já sabe.

Mas que tal usar a meditação para viver mais?

Essa possibilidade pode ser real, conforme demonstrou um experimento realizado pela Dra Maria Kozhevnikov, da Universidade Nacional de Cingapura.

Há muito se sabe que animais cuja temperatura corporal interna é diminuída em algumas frações de grau, têm uma vida mais longa:

Infelizmente esse conhecimento não tem valor prático para os seres humanos porque seria inviável baixar a temperatura corporal global de uma pessoa.

O que a Dra. Kozhevnikov comprovou é que é possível controlar a temperatura corporal central usando apenas a mente - por meio da meditação.

Secando lençóis com o corpo

Neste primeiro estudo desse tipo, os pesquisadores se concentraram no movimento oposto, no aumento da temperatura corporal, um mecanismo que pode reforçar o sistema imunológico para que ele se defenda de infecções ou de problemas de imunodeficiência.

A demonstração foi possível com a participação de monges e monjas tibetanos que praticam uma técnica de meditação chamada g-tummo, uma forma de ioga derivada da tradição indiana Vajrayana.

O objetivo do g-tummo é obter um controle total sobre os processos corporais - isso permite, por exemplo, que os monges suportem temperaturas congelantes das altas montanhas tibetanas.

Os pesquisadores coletaram dados durante uma cerimônia no Tibete, onde monjas foram capazes de elevar sua temperatura corporal a ponto de secar lençóis molhados enrolados em torno de seu corpo no clima frio do Himalaia (-25 graus Celsius) - tudo enquanto meditavam.

A equipe documentou aumentos da temperatura corporal central das monjas e monges que chegaram a 38,3 graus Celsius, já na zona febril.

O estudo foi publicado na revista PLoS ONE.

Um segundo estudo, com a participação de cientistas ocidentais, analisou apenas uma técnica de respiração da meditação g-tummo - as monjas também foram capazes de elevar sua temperatura corporal, embora a níveis menores.

Meditação g-tummo

Os resultados do estudo mostraram que aspectos específicos das técnicas de meditação podem ser utilizados por não-meditadores para regular a temperatura do corpo através da respiração e de imagens mentais.

Segundo os pesquisadores, essas técnicas podem permitir que os praticantes se adaptem a ambientes frios, melhorem a resistência a infecções, aumentem o desempenho cognitivo diminuindo o tempo de resposta e reduzam problemas de desempenho associados com a diminuição da temperatura corporal.

Os dois aspectos da meditação g-tummo que conduzem a aumentos da temperatura corporal são a "respiração dos vasos sanguíneos" e a visualização concentrada.

A "respiração dos vasos sanguíneos" é uma técnica de respiração específica que produz a termogênese, que é um processo de produção de calor. A outra técnica, visualização concentrada, envolve focar em uma imagem mental de chamas ao longo da medula espinhal a fim de evitar perdas de calor.

Agora só falta esperar testes que avaliem o efeito oposto, em busca de uma vida mais longa - embora provavelmente seja difícil encontrar monges tibetanos interessados em fazer esforços para baixar sua temperatura, algo que o meio ambiente já faz por eles naturalmente.

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