26/07/2012

Tempestade cardíaca pode ser prevista e dispersada

Redação do Diário da Saúde
O painel da esquerda mostra o olho de um ciclone. O painel da direita mostra sua incrível similaridade com o "rotor", a fonte localizada de uma arritmia em um paciente com fibrilação atrial.
[Imagem: UCSD/UCLA]

Tempestade cardíaca

Que semelhança pode haver entre um ciclone e uma arritmia cardíaca?

Mais do que se poderia imaginar inicialmente.

Não é que o coração seja vítima de algum evento climático externo.

Contudo, em evento cardíaco potencialmente fatal, a distribuição das correntes elétricas no músculo cardíaco apresenta uma similaridade intrigante com a maneira como se formam as gigantescas tempestades, como ciclones e tufões.

O mais importante é que essa descoberta poderá não apenas prever o risco, mas ajudar a salvar muitas vidas.

Olho do coração

Uma equipe de várias universidades norte-americanas conseguiu demonstrar pela primeira vez que a fibrilação atrial - ritmos cardíacos muito irregulares - é causada por pequenas correntes elétricas que surgem no interior do coração.

Mas, em vez de serem aleatórias, essas correntes elétricas se "organizam" na forma de espiral, criando o que os cientistas chamam de "rotor" - o movimento de um pião - , de forma similar à formação do chamado "olho do furação".

Felizmente, ao contrário do que ocorre com as tempestades, que podem ser previstas, mas nada se pode fazer a não ser esperar que elas passem, no caso do coração, é possível atuar prontamente e salvar a vida do paciente.

Os pesquisadores descobriram uma forma de detectar essas fontes de energia no interior do coração.

E, quando atuaram sobre elas com alta precisão, conseguiram desativá-las em poucos minutos, por assim dizer, dispersando o ciclone, e salvando a vida do paciente.

Calor contra a arritmia

O novo procedimento consiste em usar uma veia da virilha para inserir um catéter com uma ponta metálica até o coração.

Quando o catéter chega ao "olho" da arritmia, ele é aquecido. E o calor consegue parar a arritmia.

O procedimento conseguiu parar a arritmia em 86% dos pacientes, em um tempo médio de 2,5 minutos.

A recorrência do evento caiu pela metade em comparação com pacientes que tiveram o tratamento convencional, que é muito menos eficaz e pode levar horas.

"Os resultados dessa avaliação, com 80% de sucesso após um único procedimento, são muito gratificantes. Esse é o nascer de uma nova fase no gerenciamento dessas arritmias," disse o Dr. Sanjiv Narayan, da Universidade da Califórnia, em San Diego.

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