11/07/2016

Vírus bovino é encontrado em bebês com microcefalia

Redação do Diário da Saúde

Fatores associados

Pesquisadores brasileiros encontraram vírus da diarreia viral bovina (VDVB), além do vírus zika, no tecido cerebral de fetos e recém-nascidos com microcefalia.

O Ministério da Saúde emitiu uma nota reconhecendo que tem conhecimento do estudo e que está monitorando todas as pesquisas sobre fatores que possam estar associados ao zika no desenvolvimento das más-formações congênitas que têm sido vistas.

É mesmo o zika que causa microcefalia?

Vários estudos iniciais apontam que a microcefalia e outros problemas neurológicos vistos nos bebês estão associados com a presença do vírus zika.

Contudo, outros países com forte presença do zika não estão apresentando o mesmo surto de problemas neurológicos nas crianças, o que tem levantado a suspeita sobre outras causas ou fatores associados. Mesmo no Brasil, dentro das regiões mais afetadas, a incidência dos problemas neurológicos entre os recém-nascidos é muito variada de um estado para outro e até de um município para outro.

Isto tem levado à busca por outros fatores que possam estar envolvidos no problema.

Partículas virais

A descoberta do vírus bovino nos tecidos cerebrais dos bebês foi feita por uma equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), da Paraíba.

Os exames foram feitos em amostras obtidas por necropsia de tecidos cerebrais de fetos e de recém-nascidos com microcefalia.

O Ministério da Saúde ressalta que a presença do vírus nestes tecidos não significa necessariamente que ele está relacionado às más-formações, o que exigirá novos estudos para confirmar ou descartar a hipótese. Além disso, as partículas encontradas ainda não conseguem demonstrar a presença do vírus ativo.

VDVB

O VDVB tem distribuição mundial, pertence à mesma família do zika (Flaviviridae) e afeta predominantemente bovinos, podendo levar a manifestações clínicas entéricas, respiratórias e más-formações reprodutivas e fetais.

Conforme regulamento sanitário internacional, o Ministério da Saúde informou a descoberta à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS).

Os ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estão trabalhando em conjunto no monitoramento do problema. A OPAS está acompanhando e apoiando o processo de monitoramento do Ministério da Saúde por meio da cooperação de seus técnicos.

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