03/05/2021

Memórias traumáticas podem ser alteradas se terapeuta agir no momento certo

Redação do Diário da Saúde
Memórias traumáticas podem ser alteradas se terapeuta agir no momento certo
A nossa compreensão do cérebro é absolutamente rudimentar em comparação com o nosso entendimento de outros órgãos.[Imagem: Gerd Altmann/Pixabay]

Terapia de exposição

Os cientistas podem estar um passo mais perto de encontrar uma maneira de reduzir o impacto das memórias traumáticas que assolam vítimas de violência e de acidentes.

As últimas descobertas sugerem que os procedimentos usados pelos médicos para reativar indiretamente as memórias traumáticas abrem uma janela pela qual essas memórias podem ser alteradas - ou mesmo apagadas completamente.

Durante a terapia com esses pacientes, lembretes imaginários são usados para recuperar com segurança memórias traumáticas de experiências e tratá-las.

Por exemplo, alguém ferido por um dispositivo explosivo pode ser levado a reviver sinais de trauma - como as luzes e sons da explosão - sem as consequências reais dos ferimentos. A ideia é que as respostas ao medo possam ser atenuadas por meio dessa terapia de exposição.

"O maior desafio é quando você faz os procedimentos de extinção, eles não apagam a memória do trauma original," explica o professor Stephen Maren, da Universidade Texas A&M (EUA). "Ela está sempre lá e pode voltar a borbulhar, o que causa recaídas nas pessoas que voltam a experimentar o medo."

Manipulando memórias

Com essas deficiências do tratamento em mente, os pesquisadores partiram para tentar isolar uma memória e gerar as reações de medo reativando-a artificialmente de modo a tentar moldar a própria memória original.

Os experimentos com pacientes voluntários mostraram que os procedimentos atualmente usados pelos médicos para reativar indiretamente as memórias traumáticas podem ser aproveitados para mudar ou mesmo eliminar essas memórias.

Para fazer isso, os pesquisadores usaram um procedimento de condicionamento no qual uma pista torna-se indiretamente associada a um evento de medo.

Quando a dica é apresentada posteriormente, ela reativa indiretamente a memória do evento e aumenta a atividade no hipocampo, uma área do cérebro importante para a memória.

Esse é o momento de agir, segundo a equipe, usando técnicas como a exposição a imagens agradáveis, que possam ajudar a "reescrever" as memórias.

A equipe afirma que prosseguirá os experimentos, na tentativa de demonstrar perdas permanentes das informações traumáticas.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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