30/03/2022

Metade das mulheres que fazem mamografia anual terá um falso-positivo em 10 anos

Redação do Diário da Saúde

Falsos positivos de mamografias

Metade de todas as mulheres que fizerem mamografias anualmente durante 10 anos terá pelo menos um resultado falso-positivo, mesmo se usar os exames 3D mais modernos.

Um falso positivo é quando uma mamografia é sinalizada como anormal, mas não há câncer na mama.

O dado é preocupante porque, além dos danos psicológicos de esperar vários dias por novos exames na crença de poder estar com câncer, um falso-positivo em uma mamografia aumenta o risco de câncer real na mesma paciente.

Os dados também mostraram que o risco de resultados falsos positivos após 10 anos de triagem é consideravelmente menor em mulheres que fazem os exames a cada dois anos.

E também mostraram que o rastreamento repetido do câncer de mama com mamografia 3D diminui apenas modestamente a chance de ter um resultado falso positivo, em comparação com a mamografia 2D digital padrão.

Outros fatores mais fortemente ligados a um menor risco de falso positivo incluem mamas não densas e idade mais avançada.

"A tecnologia de triagem não teve um impacto substancial na redução de falsos positivos," disse o professor Michael Bissell, da Universidade da Califórnia em Davis. "Os resultados do nosso estudo destacam a importância das discussões entre paciente e provedor sobre saúde personalizada. É importante considerar as preferências e fatores de risco de uma paciente ao decidir sobre o intervalo e a modalidade de triagem".

Mamografias falso-positivas são comuns

Um resultado falso positivo é uma avaliação de mamografia de rastreamento que dá resultado positivo para o câncer, o que leva a mais investigação diagnóstica, que finalmente conclui que não há de câncer de mama.

Quando anormalidades são encontradas em uma mamografia, a paciente é chamada para exames adicionais de imagem e de acompanhamento. Se for considerado livre de câncer no final da avaliação diagnóstica, e por um ano após o retorno, a paciente é considerada como tendo recebido um resultado falso positivo.

Infelizmente, os falsos positivos na mamografia são comuns. Enquanto cerca de 12% das mamografias de rastreamento 2D são convocadas para mais investigação, apenas 4,4% dessas rechamadas, ou 0,5% no geral, terminam com um diagnóstico de câncer.

"Para detectar o câncer de mama precocemente, precisamos ter cuidado e investigar quaisquer achados potencialmente anormais. Portanto, as mulheres não devem se preocupar se forem convocadas para exames de imagem ou biópsia adicionais. A grande maioria desses resultados é benigna," ressaltou o professor Thao-Quyen Ho, coautor do estudo.

Outros especialistas, contudo, são bem mais céticos sobre o rastreamento por mamografia, com dados mostrando que mamografias anuais não reduzem as mortes mais do que exames físicos que a própria mulher pode fazer em casa.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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