26/01/2021

Novo tipo de carne cultivada pode ser fabricada em larga escala

Redação do Diário da Saúde
Novo tipo de carne cultivada pode ser fabricada em larga escala
A carne cultivada parece um mingau ao sair do laboratório, mas a equipe garante que fica igual à carne de verdade quando preparada. [Imagem: McMaster University]

Cultivando carne

Pesquisadores desenvolveram uma nova forma de fabricar carne cultivada, usando um método que promete sabor e textura mais naturais do que outras alternativas à carne tradicional de animais.

Ravi Selvaganapathy e Alireza Shahin-Shamsabadi, da Universidade McMaster (Canadá), desenvolveram uma maneira de fazer carne empilhando folhas finas de músculos e células de gordura, que são então cultivadas juntas em um ambiente de laboratório.

A técnica é adaptada de um método usado para cultivar tecidos para transplantes humanos.

As camadas de células vivas, cada uma com a espessura aproximada de uma folha de papel, são primeiro cultivadas em cultura e depois concentradas em placas de crescimento, antes de serem removidas e empilhadas ou dobradas juntas. As folhas se ligam naturalmente umas às outras antes que as células morram.

As camadas podem ser empilhadas em um pedaço sólido de qualquer espessura, explicou Selvaganapathy, e "ajustadas" para replicar o teor de gordura e maciez de qualquer corte de carne - uma vantagem sobre outras alternativas.

"Estamos criando placas de carne," disse ele. "Os consumidores poderão comprar carne com a porcentagem de gordura que quiserem - assim como fazem com o leite".

Carne de laboratório

Os pesquisadores fizeram sua prova de conceito fabricando carne a partir de linhagens disponíveis de células de camundongo e coelho.

Eles não tiveram coragem de experimentar a carne de camundongo, mas cozinharam uma amostra da carne artificial de coelho e gostaram do resultado.

"Ela tinha a aparência e o gosto de carne," garante Selvaganapathy.

Segundo a equipe, não há razão para pensar que a mesma tecnologia não funcione para o cultivo de carne bovina, suína ou de frango, e o modelo se ajusta bem à produção em grande escala, disse Selvaganapathy.

Os pesquisadores já criaram uma empresa para começar a comercializar a tecnologia.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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