11/11/2025

Novo tratamento reduz colesterol em 50%, sem estatinas ou efeitos colaterais

Redação do Diário da Saúde
Novo tratamento reduz colesterol em 50%, sem estatinas ou efeitos colaterais
Esquema ilustrativo da nova abordagem de controle do colesterol. [Imagem: Ester López-Aguilar et al. - 10.1016/j.bcp.2025.116976]

Melhor que estatinas

Pesquisadores das universidades de Barcelona (Espanha) e do Oregon (EUA) criaram uma ferramenta terapêutica inovadora que silencia um gene-chave responsável pelo chamado colesterol ruim, o LDL, abrindo caminho para um controle eficaz e sem os efeitos colaterais das estatinas, que só baixam colesterol em metade dos pacientes, além de poderem reduzir a gordura boa e estão associadas a riscos de osteoporose.

Ester López-Aguilar e seus colegas desenvolveram uma estratégia genética usando moléculas de DNA, chamadas PPRHs (Polypurine Hairpins), para bloquear a ação da proteína PCSK9, um regulador crucial do colesterol no sangue.

A técnica reduziu drasticamente os níveis de colesterol em testes com animais, oferecendo uma alternativa promissora aos tratamentos convencionais.

Proteína associada ao colesterol

A hipercolesterolemia - excesso de colesterol no sangue - é uma ameaça global à saúde cardiovascular, levando ao acúmulo de placas de gordura nas artérias (aterosclerose). A proteína PCSK9 é uma peça central nesse problema: ela se liga aos receptores das células que capturam o colesterol ruim (LDL), destruindo-as e, assim, permitindo que o LDL se acumule perigosamente na corrente sanguínea.

Os pesquisadores projetaram as moléculas PPRH (HpE9 e HpE12) para que elas funcionem como interruptores genéticos: Elas se ligam com precisão ao gene da PCSK9, impedindo sua transcrição e, consequentemente, a produção da proteína. Sem a PCSK9, as células do fígado conseguem manter mais receptores de LDL em sua superfície, capturando e removendo o colesterol ruim do sangue de forma muito mais eficiente.

Os resultados foram robustos: Em células humanas, o novo tratamento reduziu os níveis de PCSK9 em 87%. Em camundongos transgênicos, uma única injeção de HpE12 diminuiu pela metade os níveis de colesterol no plasma em apenas três dias.

Vantagens do novo tratamento

Esta nova abordagem com PPRHs coloca-se como uma potencial terapia para o controle do colesterol, com vantagens significativas:

  • Alternativa às estatinas: Oferece uma opção para pacientes que não toleram os efeitos colaterais musculares (miopatias) associados às estatinas.
  • Terapia de longa duração: Como uma terapia genética, pode proporcionar efeitos prolongados com doses menos frequentes.
  • Baixo custo e segurança: As PPRHs têm custo de síntese baixo, são estáveis e não desencadeiam reações imunológicas significativas, tornando-as candidatas viáveis para futuros medicamentos.
  • Prevenção da aterosclerose: Ao controlar de forma mais eficaz e segura o colesterol LDL, a técnica tem o potencial de reduzir significativamente a incidência de infartos e AVCs.

Agora a equipe se prepara para testar a técnica em mamíferos maiores e, se tiverem sucesso, obter a autorização para testes em humanos. Não há previsões de quando esta terapia experimental poderá se tornar um tratamento disponível para os pacientes.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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