28/04/2020

As pessoas podem saber qual é a melhor decisão - mas não tomá-la

Redação do Diário da Saúde
As pessoas podem saber qual é a melhor decisão - mas não tomá-la
Outro estudo sugeriu que, ao tomar uma decisão difícil, é melhor não pensar muito.[Imagem: iStockphoto/Willie B. Thomas]

Decisões sem fundamento

Quando se defrontam com a necessidade de tomar uma decisão, as pessoas podem saber qual opção lhes dá a melhor chance de sucesso, mas ainda assim escolhem a outra opção.

Se parece difícil de acreditar nisso - principalmente quando se trata de você mesmo -, basta saber que as pessoas podem fazer escolhas com base em um "pressentimento", em um hábito ou no que funcionou para elas da última vez, em vez do que aprenderam que funcionará com mais frequência.

Segundo Arkady Konovalov e Ian Krajbich, da Universidade Estadual de Ohio (EUA), esses resultados são contrários à crença geral de que as pessoas fazem escolhas distantes do ideal porque simplesmente não saberiam fazer melhor e, principalmente, à crença largamente adotada pelos economistas de que as pessoas sempre tomariam decisões racionais.

"Em nosso estudo, as pessoas sabiam o que funcionava com mais frequência. Elas simplesmente não usaram esse conhecimento," disse Krajbich.

Decisão sem conhecimento

Os pesquisadores deram um exemplo de como as descobertas do estudo podem funcionar na vida real. Digamos que uma pessoa saiba que a avenida principal é a maneira mais rápida de voltar do trabalho. Mas ontem houve um evento que iria causar congestionamento lá, então a pessoa pega uma via lateral e chega em casa alguns minutos mais rápido do que o normal.

Hoje, então, o que essa pessoa irá fazer: Pegar a avenida principal - que geralmente é a melhor rota - ou a via lateral porque ela funcionou tão bem ontem?

Krajbich disse que os resultados dos experimentos sugerem que o mais frequente é que as pessoas escolham o caminho que funcionou ontem, ignorando as evidências do que normalmente funciona melhor.

"Existe essa tensão entre fazer o que você deve fazer, pelo menos do ponto de vista estatístico, contra fazer o que funcionou bem recentemente," disse Krajbich.

Conhecimento sem prática

Os resultados mostraram que os participantes seguiram o plano que lhes dava a melhor chance de sucesso - que seguia o padrão que funcionava pelo menos 6 em 10 vezes - apenas cerca de 20% das vezes.

Mas por que as pessoas não seguem a melhor estratégia com mais frequência? Embora os experimentos não consigam oferecer uma resposta definitiva a esta pergunta, Krajbich afirma que isso se deve provavelmente a que é preciso muita energia mental e planejamento para sempre tomar decisões com base no conhecimento acumulado ao longo do tempo - o que aconteceu recentemente está muito mais acessível.

A lição deste estudo, disse Krajbich, é que as pessoas geralmente aprendem o que funciona melhor, mas não fazem uso disso. "Elas apenas precisam colocar esse conhecimento em prática," recomendou ele.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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