29/11/2021

Relógio biológico imune: Vacinas precisam ser tomadas em horários específicos?

Redação do Diário da Saúde
Relógio biológico imune: Vacinas precisam ser tomadas em horários específicos?
Células dendríticas (verdes) migrando para os vasos linfáticos (vermelho) - os vasos sanguíneos estão em azul. A migração depende da hora do dia.[Imagem: UNIGE/Christoph Scheiermann]

Relógio imunológico

Os relógios circadianos regulam a maioria dos processos fisiológicos dos seres vivos em um ritmo de cerca de 24 horas.

Já se sabia que esses relógios biológicos são um dos mecanismos biológicos mais fundamentais da vida - mas parece que seu alcance é ainda mais amplo do que se imaginava.

Ao decifrar os mecanismos de migração celular envolvidos na resposta imunológica, cientistas demonstraram agora que a ativação do sistema imunológico é modulada de acordo com a hora do dia.

O que eles descobriram é que a migração das células imunes da pele para os nódulos linfáticos oscila ao longo de um período de 24 horas. A função imunológica é mais elevada na fase de repouso, pouco antes do reinício da atividade - à tarde para os camundongos, que são animais noturnos, e ao amanhecer, para os humanos.

Estes resultados indicam que o horário do dia deve ser levado em consideração na administração de vacinas e de imunoterapias contra o câncer, a fim de aumentar sua eficácia, dizem os pesquisadores.

Sistema imunológico adaptativo

Ao contrário do sistema imunológico inato, que reage imediatamente, mas de forma não direcionada, o sistema imunológico adaptativo constrói uma resposta de longo prazo específica para cada agente infeccioso.

"O sistema imunológico adaptativo leva semanas para formar uma resposta específica a um determinado patógeno. Essa resposta dura muito tempo graças a um mecanismo de memória celular," explica o professor Christoph Scheiermann, da Universidade de Genebra (Suíça). "Este é normalmente o mecanismo que funciona durante a vacinação contra um vírus, por exemplo."

Mas por que o sistema imunológico é governado por um ritmo oscilatório, um relógio?

Seria essa uma forma de o sistema imunológico ficar em alerta nos momentos em que o risco de exposição a patógenos é maior, por meio da ingestão de alimentos ou interações sociais? Da mesma forma, poderíamos ser mais vulneráveis a patógenos à noite e de madrugada?

Por enquanto, ainda não temos respostas para estas perguntas.

A importância do ritmo circadiano no sistema imunológico só agora começou a ser revelada. Mas já é possível vislumbrar que a hora do dia pode ser de grande importância tanto para a vacinação preventiva quanto para a administração de terapias antitumorais ou no manejo de doenças autoimunes, disse Scheiermann.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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