Semente de abacate protege alimentos industrializados contra bactérias

A ideia agora é aproveitar a semente do abacate, um fruto que possui compostos contra a leucemia, redutores do colesterol e óleos ômega-3 e ômega-9 - é por isso que se diz que o óleo de abacate é o "óleo de oliva das Américas".[Imagem: Wikimedia/Hariadhi]

Listeriose

Extratos e compostos extraídos das sementes de abacate poderão ser usados como um aditivo natural para alimentos industrializados a fim de evitar a contaminação por microrganismos que causam listeriose, uma doença bacteriana (Listeria monocytogenes) que pode ser muito grave para mulheres grávidas e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos.

Tem aumentado a procura por produtos alimentares sem aditivos sintéticos, mas o gigantesco mercado de produtos industrializados continua florescendo - e esses alimentos precisam ser seguros para os consumidores.

A resposta a essa dicotomia tem sido um esforço crescente dos engenheiros de alimentos para encontrar substitutos para os aditivos sintéticos.

Uma equipe do Instituto Tecnológico de Monterrey (México) constatou que um composto chamado acetogenina, extraído das sementes de abacate, enriquecido com dois antimicrobianos sintéticos, pode ser um passo importante nessa busca por aditivos naturais que possam ser tão eficazes quanto os industrializados.

Acetogeninas

O extrato da semente de abacate apresentou estabilidade química e ação protetora contra a Listeria similares aos antimicrobianos sintéticos. O composto resistiu a uma temperatura de refrigeração de 4º C e continuou eficaz a até 37º C.

Embora os seres humanos já consumam acetogeninas na polpa de abacate em níveis bem acima dos valores usados na formulação pesquisada, a biodisponibilidade e a segurança dos extratos precisarão passar por uma avaliação mais rigorosa antes de seu uso pela indústria.

Um benefício adicional é que as sementes de abacate viram resíduo na indústria de alimentos, e o eventual aproveitamento das sementes oferece uma oportunidade de agregação de valor ao produto.

Os resultados foram publicados no Journal of Food Science.

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