22/04/2020

Temperatura de órgãos internos é medida com luz

Redação do Diário da Saúde
Temperatura de órgãos internos é medida com luz
A temperatura interna dos órgãos pode ser estimada após a injeção de uma substância luminescente sintética e a irradiação com infravermelho.[Imagem: Masaharu Ohashi et al. - 10.1038/s41598-020-58979-4]

Temperatura corporal interna

Os termômetros são bons para medir a temperatura na superfície do corpo, mas os médicos precisam ser capazes de monitorar e gerenciar a temperatura corporal interna em alguns pacientes graves, como naqueles que sofreram ataques cardíacos ou ferimentos na cabeça.

Até agora, isso é feito com mais frequência inserindo um pequeno tubo pelos vasos sanguíneos.

Mas cientistas estão procurando meios menos invasivos para monitorar a temperatura no interior do corpo.

Masaharu Ohashi, da Universidade de Tohoku (Japão), está propondo uma técnica inusitada: Ele sintetizou um pó branco barato e biocompatível que brilha quando é aquecido. Ou seja, se o paciente estiver com febre, o material aumenta a intensidade do seu brilho.

A ideia é que o pó possa ser usado para monitorar de forma não invasiva a temperatura de órgãos específicos.

Temperatura depende do brilho

O componente principal do pó-termômetro é a zircônia, um material sintético largamente disponível, quimicamente estável e não tóxico. Quando aquecido, seus cristais ficam energizados, liberando elétrons. Esses elétrons, que são cargas negativas, então se recombinam com cargas positivas na estrutura molecular do cristal, um processo que faz com que os cristais emitam luz.

Além de testar a luminosidade do material, aquecendo-o com um laser infravermelho e com uma lâmpada ultravioleta, a equipe demonstrou que a variação da luminescência da zircônia é visível a olho nu quando colocada atrás de uma amostra de osso e outros tecidos biológicos.

Como a luz de um laser que emite luz no infravermelho próximo penetra nos tecidos, os pesquisadores propõem injetar o pó na forma de uma solução em água e direcionar o laser para o local específico que se deseja monitorar, incluindo o cérebro. A intensidade e a longevidade da luminescência dependerão da temperatura no local.

"Embora este estudo fundamental deixe algumas questões importantes por resolver, este trabalho é uma aplicação nova e promissora de [substâncias luminescentes sintéticas] no campo da medicina," concluíram os pesquisadores.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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