20/04/2021

Você gosta de se ver - mesmo quando não se vê

Redação do Diário da Saúde
Você gosta de se ver - mesmo quando não se vê
A pesquisa também tem implicações sobre nossa capacidade de ver emoções no rosto de outras pessoas.[Imagem: Chisa Ota/Tamami Nakano - 10.1093/cercor/bhab096]

Reconhecimento de si

Como humanos, cada um de nós tem uma forte capacidade de reconhecer facilmente seu próprio rosto.

Mas parece ser mais do que isto.

Chisa Ota e Tamami Nakano, da Universidade de Osaka (Japão) descobriram novas informações sobre como nossos sistemas cognitivos nos permitem distinguir nossa própria face das de outras pessoas.

A grande descoberta é que parecemos nos ver mesmo quando nossa imagem é apresentada de forma subliminar - rápida demais para que nosso cérebro se torne consciente de que está vendo nosso próprio rosto.

Em lugar do acionamento do campo visual, os experimentos mostraram que um elemento central da via de recompensa da dopamina no cérebro era ativado quando os participantes eram expostos a imagens de seus rostos de maneira subliminar.

Recompensa

Os pesquisadores usaram a ressonância magnética funcional (fMRI) para examinar as diferenças entre a atividade cerebral provocada por imagens apresentadas subliminarmente dos rostos dos participantes e dos rostos de outras pessoas.

Eles também examinaram a ativação cerebral produzida por imagens apresentadas subliminarmente de rostos com características modificadas.

Quando os voluntários foram expostos a uma imagem subliminar de seus próprios rostos - o que significa ele que não estavam totalmente cientes da imagem -, destacou-se a ativação de um elemento central da via de recompensa da dopamina no cérebro.

Em outras palavras, parece que gostamos naturalmente de nos ver, mesmo que nosso cérebro não processe totalmente a informação visual de que estamos nos vendo.

Mais do que isso, várias regiões do cérebro foram ativadas, além daquelas que processam as informações do rosto.

Além disso, o cérebro respondeu de maneira diferente a imagens supraliminais (conscientes) e subliminares (subconscientes) do próprio rosto, em comparação com os rostos de outras pessoas. Nesse caso, e de forma totalmente diferente, a apresentação subliminar - super-rápida - dos rostos de outras pessoas induziu a ativação da amígdala do cérebro, que é conhecida por responder a informações desconhecidas.

Motivação

Essa resposta cerebral ao rosto do participante ou de outras pessoas foi consistente mesmo quando os rostos foram modificados graficamente, desde que as formas das características faciais fossem mantidas.

Isso indica que nosso cérebro processa partes do nosso rosto de forma diferente, mas isto deverá ser objeto de novas pesquisas.

Segundo os pesquisadores, como a via de recompensa da dopamina está automaticamente envolvida no processamento autofacial inconsciente, esta pesquisa pode ter aplicações em esforços para manipular inconscientemente a motivação.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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