16/05/2023

Diabetes e suas complicações são reproduzidas dentro de um biochip multiórgãos

Redação do Diário da Saúde
Diabetes e suas complicações são reproduzidas dentro de um biochip multiórgãos
O biochip é fabricado por bioimpressão, contendo vários organoides que interagem entre si.
[Imagem: Joeng Ju Kim et al. - 10.1002/adfm.202213649]

Biochip multiórgãos

Na linha dos órgãos em um chip e dos organoides, pesquisadores coreanos desenvolveram agora um biochip multiórgãos capaz de replicar de perto o ambiente patológico do diabetes tipo 2.

O diabetes é geralmente classificado como tipo 1, que surge de defeitos nas células secretoras de insulina, resultando na ausência da produção do hormônio, e tipo 2, que decorre da secreção reduzida de insulina devido a hábitos de vida pouco saudáveis, como como má alimentação e falta de exercícios.

Assim, embora o pâncreas esteja sempre associado, o diabetes é uma condição de amplo espectro que pode envolver praticamente todo o organismo.

Para replicar as características patológicas do diabetes e suas muitas implicações, Joeng Ju Kim e colegas da Universidade de Ciência e Tecnologia Pohang desenvolveram biotintas derivadas do pâncreas, tecido adiposo e fígado, que estão intimamente relacionadas ao diabetes tipo 2.

As biotintas foram usadas para encapsular células de cada órgão e criar um tecido artificial, permitindo que o chip replique as complexas interações celulares que ocorrem no corpo humano.

A equipe então usou a impressão de células 3D para criar um chip contendo características de vários órgãos, com as células dispostas no arranjo mais apropriado para reproduzir as características patológicas do diabetes tipo 2.

Diabetes e suas complicações são reproduzidas dentro de um biochip multiórgãos
Os testes mostraram que o biochip é superior aos testes em animais e até mesmo aos ensaios clínicos.
[Imagem: Joeng Ju Kim et al. - 10.1002/adfm.202213649]

Melhor que ensaio clínico

O primeiro teste do biochip envolveu examinar a relação entre vários tecidos adiposos e o diabetes, o que revelou que o uso de biotinta derivada do tecido adiposo visceral mostrou claramente uma correlação entre a doença e a gordura visceral, que está mais intimamente relacionada do que o tecido adiposo subcutâneo.

Além disso, a adição de um compartimento equivalente à retina ao chip resultou no comprometimento da função das células da retina, indicando que o biochip também pode ser usado para pesquisar complicações do diabetes.

Apenas com estas duas demonstrações, o biochip multiórgãos já provou ser tão eficaz quanto os testes em animais e os ensaios clínicos, indicando que a pesquisa baseada em chip poderá em breve substituir a necessidade desses testes, que são muito mais caros e demorados.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Pathophysiological Reconstruction of a Tissue-Specific Multiple-Organ On-A-Chip for Type 2 Diabetes Emulation using 3D Cell Printing
Autores: Joeng Ju Kim, Ju Young Park, Vy Vuong-Tuong Nguyen, Mihyeon Bae, Myungji Kim, Jinah Jang, Jae Yon Won, Dong-Woo Cho
Publicação: Advanced Functional Materials
DOI: 10.1002/adfm.202213649
Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Biochips

Desenvolvimento de Medicamentos

Biotecnologia

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.