22/05/2018

Dinheiro pode não comprar felicidade, mas pobreza impede que ela venha

Redação do Diário da Saúde
Dinheiro pode não comprar felicidade, mas pobreza impede que ela venha
As pessoas pobres ficam sem recursos mentais para sair da pobreza.
[Imagem: Princeton University]

Dinheiro nenhum traz infelicidade

É costumeiro ouvir dizer que o dinheiro não pode comprar felicidade.

No entanto, uma coleção de estudos científicos publicados na semana passada na revista Counseling and Psychotherapy Research destaca como a pobreza pode afetar significativamente a saúde mental das pessoas.

O recado a se levar para casa é que uma falta crônica de dinheiro é prejudicial à saúde física e mental e ao bem-estar das pessoas - algo que atualmente não é amplamente reconhecido pelos formuladores de políticas e nem mesmo pelos cientistas.

Pobreza e saúde mental

Os estudos mostram que as pessoas que vivem na pobreza têm maior probabilidade de desenvolver problemas de saúde mental, o que pode estar relacionado à sua maior exposição a eventos adversos na vida e a um estado crônico de necessidades materiais e emocionais não atendidas.

Juntos, os resultados mostram que as pessoas que vivem na pobreza são também menos propensas a iniciar um tratamento para problemas de saúde mental. E, quando iniciam o tratamento, são mais propensas a recaídas após o término do tratamento. A continuidade também é um problema, devido a uma variedade de barreiras materiais (por exemplo, falta de transporte) e sociais (por exemplo, estigma) para acessar o suporte.

As pessoas que vivem em bairros pobres também são menos propensas a se recuperar de sintomas de depressão e ansiedade após o tratamento psicológico, em comparação com pessoas de bairros mais ricos.

Além disso, os profissionais de saúde mental muitas vezes não conseguem reconhecer o papel que os fatores socioeconômicos têm no bem-estar dos seus pacientes e, portanto, são menos capazes de entender sua situação e atender às suas necessidades. Isso pode ser ainda mais complicado pelas disparidades educacionais e de classe social entre profissionais e pacientes.

Conexão não reconhecida

"Está ficando mais claro que a pobreza e a saúde mental precária estão intimamente ligadas, mas essa conexão ainda não foi reconhecida pelos formuladores de políticas e provedores de cuidados de saúde mental.

"As pessoas que vivem na pobreza enfrentam uma série de barreiras quando se trata de obter apoio adequado para problemas de saúde mental. Muitas vezes não podem pagar por coisas básicas como transporte e alguém para cuidar das crianças, necessários para chegar aos serviços de saúde mental. Também continua havendo um estigma considerável em relação aos problemas de saúde mental e pedir apoio pode ser muito difícil, especialmente para as pessoas que vivem na pobreza.

"O mais alarmante é que os serviços de saúde mental que trabalham nos bairros mais pobres muitas vezes carecem de financiamento e recursos para atender à demanda crescente por tratamento," disse o Dr. Jaime Delgadillo, da Universidade de Sheffield (Reino Unido), responsável pela reunião dos diversos estudos sobre pobreza e saúde mental.

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