27/02/2023

Extratos de duas plantas comuns protegem as células contra a covid

Redação do Diário da Saúde
Extratos de duas plantas comuns protegem as células contra a covid
Caitlin Risener, responsável pela busca de plantas com ação contra o vírus da covid-19.
[Imagem: Tharanga Samarakoon/Emory]

Não use diretamente estas plantas

Duas plantas silvestres comuns contêm extratos que inibem a capacidade do vírus que causa a covid-19 de infectar as células humanas.

Mas cuidado, porque já se sabe que ao menos uma das plantas pode ser tóxica, e será necessário extrair seu extrato para prosseguir nas pesquisas.

Em testes de laboratório, extratos das flores da vara dourada alta (Solidago altissima) e dos rizomas da samambaia águia (Pteridium aquilinum) bloquearam a entrada do SARS-CoV-2 nas células humanas.

Os compostos ativos estão presentes apenas em quantidades minúsculas nas duas plantas. Assim, seria ineficaz e potencialmente perigoso para as pessoas tentarem se tratar com elas, enfatizam os pesquisadores - de fato a samambaia é conhecida por ser tóxica para os seres humanos.

"É muito cedo no processo, mas estamos trabalhando para identificar, isolar e aumentar a quantidade das moléculas dos extratos que mostraram atividade contra o vírus," disse a professora Cassandra Quave, da Universidade Emory (EUA). "Depois de isolarmos os ingredientes ativos, planejamos testar mais sua segurança e seu potencial de longo prazo como medicamentos contra a covid-19."

Etnobotânica

A professora Quave é uma etnobotânica, estudando como os povos tradicionais usam plantas para fins medicinais, buscando identificar novos candidatos promissores para drogas modernas. Em seus anos de pesquisa, ela construiu uma biblioteca dessas plantas, que contém milhares de produtos naturais botânicos e fúngicos extraídos de plantas coletadas ao redor do mundo.

Em pesquisas anteriores para identificar moléculas potenciais para o tratamento de infecções bacterianas resistentes a medicamentos, a equipe vinha se concentrando em plantas que os povos tradicionais usavam para tratar inflamações da pele.

Como a covid-19 é uma doença emergente, a equipe decidiu tirar proveito da sua biblioteca na busca por medicamentos para tratar a doença. Isso exigiu, contudo, adotar uma abordagem mais ampla: Eles criaram um método para testar rapidamente mais de 1.800 extratos quanto à atividade contra o SARS-CoV-2.

"Nós demonstramos que nossa biblioteca de produtos naturais é uma ferramenta poderosa para ajudar na busca de potenciais tratamentos para uma doença emergente," disse a pesquisadora Caitlin Risener, que coordenou este esforço. "Outros pesquisadores podem adaptar nosso método de triagem para procurar outros novos compostos em plantas e fungos que podem levar a novos medicamentos para tratar uma variedade de patógenos."

Checagem com artigo científico:

Artigo: Botanical inhibitors of SARS-CoV-2 viral entry: a phylogenetic perspective
Autores: Caitlin J. Risener, Sunmin Woo, Tharanga Samarakoon, Marco Caputo, Emily Edwards, Kier Klepzig, Wendy Applequist, Keivan Zandi, Shu Ling Goh, Jessica A. Downs-Bowen, Raymond F. Schinazi, Cassandra L. Quave
Publicação: Nature Scientific Reports
DOI: 10.1038/s41598-023-28303-x
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