18/05/2017

Fila para cirurgia ortopédica cai à metade em cinco anos

Com informações da Agência Brasil

Esforço criterioso

O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Rio de Janeiro, que atende pacientes de todo o Brasil, reduziu a lista de espera por cirurgias em quase à metade em cinco anos. Atualmente, cerca de 11 mil pacientes aguardam por uma cirurgia, o número passava de 21 mil em 2011.

A diminuição da fila faz parte de um acordo judicial que o Into fez em 2015 com o Ministério Público Federal (MPF).

O resultado foi possível graças a uma parceria com a Escola de Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ). Por meio de um mapeamento matemático foi possível aumentar a rotatividade dos leitos e fazer uma análise mais criteriosa da fila de espera. Hoje se sabe exatamente o número de pessoas na fila e seus contatos atualizados.

"Hoje, se temos pessoas de cinco a dez anos nessa espera, é porque não foram encontradas no recadastramento ou não tiveram liberação do risco cirúrgico para algum procedimento complexo", disse diretor-geral do Into, Naasson Cavanellas.

Segundo o diretor, a redução só não é maior, porque a fila é dinâmica. No ano passado, o instituto fez mais de 9,1 mil cirurgias, porém ingressaram no instituto mais 7 mil pacientes à espera.

Necessário apoio do governo

Autor da ação civil pública que originou o acordo judicial com o MPF, o defensor público da União Daniel Macedo elogiou o esforço e desempenho do Into. "Eles têm feito um trabalho excepcional. Várias metas foram colocadas e o Into vem alcançando todas as metas. Cerca de 2% ou 3% dos pacientes esperavam havia dez anos e boa parte deles já fizeram a cirurgia. Enquanto as filas aumentaram nos outros seis hospitais federais no Rio, no Into ela diminuiu, lembrando que o Brasil inteiro aflui para o Into quando tem um problema ortopédico".

Apesar dos avanços, o diretor do Into afirma que os obstáculos são grandes para a melhoria dos serviços. "O Into não apenas faz cirurgias, temos outros objetivos, principalmente no que diz respeito a ensino e pesquisa. Além disso, atendemos o Brasil inteiro e temos um número limitado de leitos. Não há concursos há muito tempo, quando há, muitas pessoas admitidas são muito jovens e sem experiência. Para uma cirurgia de coluna, por exemplo, é necessária experiência de pelo menos dez anos", disse Cavanellas. "Apesar da crise, temos tentado manter o padrão de qualidade, de atendimento e da medicina que fazemos".

O defensor, no entanto, teme que, por falta de maior investimento e contratação de profissionais, o instituto não consiga alcançar a meta de realizar cerca de 10 mil cirurgias por ano. "Há dois anos, o governo tem liberado o orçamento ao Into de forma parcelada com apenas dois meses de antecedência, prejudicando a gestão. Além disso, não tem havido concursos periódicos para ingresso de novos ortopedistas. O Ministério da Saúde contratou temporariamente médicos para o Into, mas os contratos não estão sendo renovados".

O Into responde por 72,3% das cirurgias de traumato-ortopedia de alta e média complexidade na capital fluminense e por 54,4% das cirurgias desse tipo feitas no estado do Rio de Janeiro. Também faz mutirões de cirurgias em outros estados do país.

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